Destaques: Abraji
denuncia mais de 130 ataques a profissionais em 2018. Jornalistas sofrem
agressões em MT e CE. SIP revela aumento de violência contra a imprensa na
América Latina. Inventor dinamarquês é condenado à prisão perpétua por
assassinato de repórter sueca.
Notas do Brasil
São Paulo (SP) – A Associação Brasileira
de Jornalismo Investigativo (Abraji) revela que já foram registrados, desde o
início do ano, mais de 130 casos de agressões a profissionais da comunicação em
razão do contexto político e eleitoral. Ao todo, a entidade contabiliza 75
ataques por meios digitais (com 64 profissionais afetados) e outros 62 casos
físicos (com 60 atingidos). A maior parte das ocorrências físicas está
relacionada à cobertura de manifestações ou eventos de grande repercussão
ligados às eleições. Entre os casos digitais, a maioria (91%) são de exposição
indevida de comunicadores, quando os agressores compartilham fotos e/ou perfis
apontando que o (a) profissional seguiria uma ideologia e, assim, incentivando
ofensas em massa. As agressões ocorrem em especial no Facebook e no Twitter. Conforme
manifestado em notas sobre os diversos casos, a Abraji se solidariza com os
repórteres e repudia as agressões.
Jaguaruana (CE) - O radialista Sandoval
Braga Jr., da Rádio União FM, foi baleado na perna em 21 de setembro, na
garagem da emissora.
Braga Jr., que também é diretor da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e
Televisão (Acert), critica com frequência políticos da cidade, que fica a 180
km da capital Fortaleza. Ao deixarem o local da agressão, os criminosos ordenaram
ao radialista "parar de falar besteira na rádio”. A polícia investiga o
atentado.
Rondonópolis (MT) - O repórter Denilson
Paredes, do jornal A Tribuna (MT), foi agredido em 26 de setembro ao flagrar o
descarte de resíduos de construção civil às margens de um córrego. Ao perceber que o
jornalista fotografava a cena, o motorista de um caminhão caçamba acelerou
contra Paredes, quase o atropelando, e ao descer do veículo, agrediu-o com um
soco. Em seguida, o outro ocupante do caminhão imobilizou o jornalista, que foi
novamente agredido. O repórter, que registrou boletim de ocorrência, teve o
aparelho celular danificado e escoriações em várias regiões do corpo.
Pelo mundo
EUA I - O crescimento da violência contra
jornalistas na América Latina já provocou a morte de 29 profissionais na região
este ano, revela a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que vai discutir o
assunto em assembleia geral que será realizada entre 19 e 22 de outubro, em
Salta, na Argentina. O
levantamento da entidade registrou a morte de dois brasileiros, 11 mexicanos,
seis norte-americanos, três equatorianos, dois colombianos, dois guatemaltecos
e um nicaraguense. Um fotógrafo haitiano está desaparecido.
Turquia - O jornalista Jamal Khashoggi, colaborador
do jornal The Washington Post, está desaparecido desde 10 de outubro, quando
esteve no consulado da Arábia Saudita localizado em Istambul. Por isso, o
Ministério das Relações Exteriores turco pediu explicações ao embaixador
saudita. Além da namorada, colegas de profissão afirmaram que o jornalista não
saiu do prédio do consulado, onde teria ido buscar documentos. Khashoggi é
conhecido crítico do regime político de seu país e publicou vários artigos de
opinião sobre o assunto no jornal americano. O jornalista mora desde 2017 nos EUA.
México - O Ministério Público (MP) de
Chiapas confirmou a detenção de um suspeito de envolvimento com o assassinato,
em 21 de setembro, do repórter Mario Gómez, do jornal El Heraldo de Chiapas que
foi baleado na cidade de Yajalón quando saía de casa para trabalhar. O MP disse que
informações sobre outros envolvidos no caso devem ser divulgadas em breve. Já
há confirmação de que Gómez foi morto por seu trabalho jornalístico, pois havia
denunciado o tráfico de drogas na região.
Peru - O ex-militar Daniel Urresti foi
absolvido como coautor do assassinato do jornalista Hugo Bustios em 1988. O Colegiado do
Tribunal B da Câmara Criminal Nacional sentenciou em primeira instância que
Urresti não estava envolvido no assassinato de Bustíos, que era correspondente
em Ayacucho para a revista de jornalismo investigativo Caretas durante o auge
do terrorismo do Sendero Luminoso no Peru. Tanto o Ministério Público quanto a
defesa da família de Bustíos disseram que vão recorrer da sentença.
EUA II - O presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gustavo Mohme, anunciou que pretende propor
uma atualização da Declaração de Chapultepec, uma carta de princípios que
promove a liberdade de imprensa. Com as mudanças na atividade jornalística
nos últimos anos - impulsionadas pelas novas tecnologias -, há reflexos que
precisam ser debatidos e incluídos neste mecanismo que auxilia a conduta da
imprensa, segundo o dirigente. A Declaração de Chapultepec foi adotada pela
Conferência Hemisférica sobre Liberdade de Expressão, realizada em Chapultepec,
na cidade do México, em 11 de março de 1994.
Dinamarca - O inventor Peter Madsen foi
condenado à prisão perpétua por assassinar e esquartejar a jornalista sueca Kim
Wall em um submarino em agosto de 2017, em Copenhague. O dinamarquês
apelou à Suprema Corte do Leste, em Copenhague, mas teve seu recurso negado
após quatro sessões de julgamento. O tribunal levou em consideração o caráter
brutal da morte de Wall e o fato de Madsen ter planejado o crime. Em agosto de
2017, Madsen, engenheiro autodidata, recebeu a jornalista no submarino que ele
mesmo inventou. Por isso, Kim Wall queria entrevistá-lo. Após a embarcação
submergir, ela desapareceu. Partes de seu corpo foram encontradas alguns dias
depois boiando na costa de uma ilha em sacos plásticos. Madsen esquartejou a
jornalista depois de matá-la por estrangulamento, segundo apontou a
investigação. O dinamarquês foi condenado negando que a tenha matado. Ele diz
que Kim morreu de forma acidental após inalar um gás tóxico que vazou dentro do
submarino. Em seguida, com medo de ser apontado como assassino, resolveu
desmembrar a vítima para se livrar do corpo.
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A
Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio
eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da
comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da
profissão de jornalista.
O
programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da
Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das
ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes:
ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ
(www.anj.org.br), Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br),
Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa
(www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa
(www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Consultor
Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami),
Federação Internacional deJornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos
Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem
Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br),
Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o
Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de
Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais
(www.wan-ifra.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e
entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Romero
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