Notas
do Brasil
Rio de Janeiro (RJ) - A
Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciou em 12 de fevereiro uma
parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco) para a comemoração conjunta do Dia Mundial da Liberdade de
Expressão, em 3 de maio. Um evento especial será realizado na sede da
entidade brasileira buscando dar uma dimensão internacional à iniciativa.
Brasília (DF) – A revista
CartaCapital e o ex-repórter da revista Leandro Fortes devem indenizar em R$ 35
mil por danos morais Eumano Silva, diretor da sucursal em Brasília (DF) da
revista IstoÉ. A decisão do juiz Matheus Zuliani, da 1ª Vara Civil, se
baseou em reportagem publicada na revista CartaCapital em que Eumano é citado
como integrante da quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. No texto, Silva é
acusado de ser encarregado de “ plantar” na mídia informações que beneficiariam as
empresas das quais Cachoeira é sócio.
Santa Inês (MA) - O vereador
Franklin Seba discutiu com um jornalista e quebrou a câmera de um cinegrafista
durante debate em 20 de fevereiro na Câmara Municipal da cidade a 251
quilômetros da capital São Luís, sobre a violência na cidade. A confusão
ocorreu após o discurso de Seba contra o apresentador de um programa local.
Após discutirem com o jornalista, o vereador agrediu o cinegrafista da TV
Remanso, que não integra a emissora do profissional com quem brigou. O cinegrafista
registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia.
Goiânia (GO) - A sede do jornal
Diário da Manhã foi invadida e um carro da TV Serra Dourada foi destruído por manifestantes
que protestavam contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade, em 20 de
fevereiro. A Tropa de Choque da Polícia Militar revidou os ataques dos
manifestantes com bombas de efeito moral e gás de pimenta para dispersar o
grupo. Somente um envolvido foi preso.
Pelo
mundo
França - O Brasil ficou na 99ª
posição no ranking de liberdade de imprensa divulgado em 12 de fevereiro pela ONG
Repórteres Sem Fronteiras (RSF), com a análise das condições de trabalho para a
imprensa em 180 países. A colocação representa um ganho de 12 posições em
relação à 111ª posição que o país ocupou no ranking de 2013. No relatório
apresentado, a RSF comenta que o Brasil perdeu o título de país mais mortífero
do Ocidente para jornalistas, assumido atualmente pelo México, que ocupa a 148ª
posição no ranking geral de liberdade de imprensa. Na América do Sul, o país
mais bem localizado no ranking da liberdade de imprensa é o Uruguai, na 23ª
posição. Depois, antes do Brasil, aparecem Suriname (29ª), Chile (43ª),
Argentina (57ª), Guiana (62ª), Peru (92ª) e Bolívia (94ª). Depois aparecem
Equador (108ª), Paraguai (109ª), Colômbia (128ª) e Venezuela (137ª). De acordo
com a RSF, 69 jornalistas foram assassinados em todo o mundo em 2014, dez a
menos do que em 2013.
França - A jornalista Zineb
el-Rhazoui, da revista Charlie Hebdo, foi ameaçada por jihadistas do grupo
radical Estado Islâmico (EI), que pediram nas redes sociais para que os
chamados “ lobos solitários” a “ massacrem”
. Os “ lobos solitários” são
indivíduos isolados que, por não terem condições de organizar grandes ataques,
agem sozinhos. Zineb, que nasceu em Marrocos, mas possui nacionalidade
francesa, colabora para a revista desde 2011. Ela estava de férias quando a publicação
foi alvo do ataque que deixou 12 pessoas mortas. Nos últimos dias, a conta no
Twitter da jornalista ficou repleta de mensagens do grupo, pedindo para matá-la
em “ vingança do Profeta” .
Itália – Os fotógrafos Alessandro
Fiochi, do jornal Folha de S.Paulo, e Alexandre Auler, de O Estado de S. Paulo,
foram agredidos e insultados em 12 de fevereiro por Andrea Haas, esposa do
ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Os repórteres aguardavam
informações sobre a extradição do banqueiro condenado por envolvimento no
mensalão do lado de fora de uma delegacia em Maranello, na Itália.
Argentina - Disparos foram
registrados em frente ao estúdio da TV América em 18 de fevereiro, onde o
prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, dava entrevista ao programa “ Animales
Sueltos” . A capital argentina foi palco de diversos protestos por conta da
morte do promotor Alberto Nisman e os disparos contra a emissora não foram
encarados como um atentado. Testemunhas relataram, porém, que um carro popular
passou pela porta do estúdio e disparou seis vezes contra os seguranças do
prefeito, que já estava no ar. Ninguém ficou ferido e a polícia ainda investiga
o caso.
EUA - Um grupo de grandes
veículos de comunicação internacionais e organizações de defesa da liberdade de
imprensa apresentaram em 12 de fevereiro, em Nova York, uma série de “ normas
de segurança para jornalistas freelancers em coberturas perigosas” . A iniciativa
é uma resposta aos sequestros e assassinatos ocorridos nos últimos anos. Os
signatários são AFP, BBC, Bloomberg, Reuters, Repórteres Sem Fronteiras (RSF),
Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ) e o Centro Pulitzer para cobertura
informativa de crises. Intitulado como “ Convocação para práticas e princípios
de segurança global” , o documento determina sete regras básicas para a
imprensa, como treinamento em primeiros socorros e ambientes hostis, seguro
médico para zonas de conflito, ou áreas com doenças contagiosas e a utilização
de equipamentos de proteção adequados. As normas, apresentadas na sede da Escola
de Jornalismo da Universidade de Columbia, em Nova York, surgiram após uma
série de diálogos iniciados em setembro do ano passado entre editores dos
veículos.
Dinamarca - O caricaturista
sueco Lars Vilks decidiu se mudar para um local secreto após ser apontado como
suposto alvo dos ataques de Copenhague, na Dinamarca. O tiroteio matou o
cineasta dinamarquês Finn Norgaard e deixou três policiais feridos. Vilks vive
sob proteção policial após ser ameaçado de assassinato desde que desenhou o
profeta Maomé com o corpo de um cachorro.
Inglaterra - A Trinity Mirror,
empresa que controla o jornal britânico Daily Mirror, divulgou em 13 de
fevereiro um pedido de desculpas formal pelas escutas telefônicas realizadas na
última década em pessoas comuns e famosas. O valor da indenização que a
empresa deve às vítimas também será aumentado. A Justiça ainda investiga a
extensão dos grampos feitos pelo Daily Mirror e já chegou a condenar
jornalistas à prisão pelo caso.
Egito - O canadense Mohamed Fahmy
e o egípcio Baher Mohamed, jornalistas da rede Al Jazeera, condenados a sete e
dez anos de prisão, respectivamente, foram libertados em 13 de fevereiro, um
dia após a decisão de um tribunal a favor da liberdade condicional, para que
aguardem um novo julgamento. Os repórteres estavam detidos há mais de um
ano.
Ucrânia - O serviço de segurança
prendeu o jornalista Ruslan Kotsaba sob acusação de traição em 8 de fevereiro. A
detenção ocorreu após ele postar um vídeo alertando as pessoas sobre o novo
projeto militar do país. Kotsaba trabalha para uma emissora de TV da região e
foi mantido sob custódia por 60 dias, período em que o inquérito estará
pendente.
China - A jornalista Jiang
Yannan, da revista Asiaweek, uma publicação em língua chinesa com sede em Hong
Kong, foi presa na China por ir até Zhejiang, conhecida como Jerusalém
Oriental, pesquisar sobre o fechamento de igrejas e a demolição de templos e
cruzes. A prisão aconteceu no dia 23 de janeiro. Após prestar
esclarecimentos, a jornalista foi liberada e deixou a região devido a pressão
policial.
Síria - O jornalista sueco
Joakim Medin, que havia desaparecido na Síria, foi libertado após ficar detido
por uma semana sob o comando das forças governamentais no país. Medin
afirmou que foi capturado num posto de controle em al-Qamishli, uma cidade
próxima à fronteira turca e de uma zona controlada pelo grupo radical Estado
Islâmico (EI). O jornalista, que é freelancer, relatou ter ficado preso em
regime de isolamento, mas não foi tratado com hostilidades pelas forças sírias.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o
correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da
comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da
profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio
da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal
das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e
expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj
(www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da
Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br),
Abraji (www.abraji.org.br), Portal
Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de
Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net),
Consultor Jurídico (www.conjur.com.br),
Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de
Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de
Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org)
(Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de
Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas
Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC),
Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org),
Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero