Destaques: Morte de jornalista
no interior do RJ ainda sem solução. OAB e Abraji lançam cartilha em defesa da
imprensa. México registra mais um assassinato de comunicador. China segue
detendo profissionais que divulgam a pandemia.
Pelo Brasil
Araruama
(RJ) - O jornalista Leonardo Pinheiro, do perfil A Voz Araruamense, no Facebook,
foi morto a tiros na tarde de 13 de maio no bairro de Parati. Segundo
testemunhas, Leonardo gravava entrevista com os moradores do bairro no momento
do crime. Relatos dão conta de que os assassinos teriam mandado a vítima se
ajoelhar e dispararam, ao menos, três tiros. Pinheiro, que também era líder
comunitário e atuava em projetos sociais, morreu no local. Foi aberto inquérito
na 118ª DP. Nenhum suspeito foi preso ainda.
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Santa
Luzia (MG) - Paulo César de Almeida, suspeito de participação no assassinato do
jornalista Maurício Campos Rosa, do jornal O Grito, foi preso durante uma blitz
de trânsito na região metropolitana de Belo Horizonte na noite de 10 de maio. Maurício havia
sido morto a tiros na noite de 17 de agosto de 2016, próximo a um veículo com a
identificação do jornal. A então prefeita Roseli Pimentel chegou a ser presa em
setembro de 2017 por suspeita de envolvimento na morte do profissional, mas foi
solta por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela e outro sete
acusados do crime vão à júri popular pela participação no crime. Almeida estava
foragido desde 2017 por causa da morte do jornalista.
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Belo
Horizonte (MG) – A polícia analisa as imagens de câmeras de monitoramento
próximas ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), para identificar os autores das pichações com ameaças contra
jornalistas.
A polícia também pede para quem tiver informações sobre o caso que entre em
contato através do 181. Frases como “Mate um jornalista por dia”, “Jornalista
bom é jornalista morto” e “Colabore com a limpeza do Brasil, mate um
jornalista, um artista, um comunista por dia” apareceram pichadas em 14 de maio
em um tapume ao lado do hospital, no bairro Santa Efigênia. As ameaças foram
cobertas com cartazes que buscam valorizar os profissionais da imprensa, com os
dizeres: “jornalista bom é jornalista que incomoda”, “viva o jornalista”, “jornalista
bom é jornalista vivo”, “sou jornalista e não me calo” e “respeita os
jornalistas!”
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São
Paulo (SP) - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) firmou convênio com a Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para orientar juridicamente
jornalistas vítimas de ameaças e assédio online. Uma das ações
desse convênio foi o lançamento de uma cartilha com orientações aos
profissionais, elaborada pelo Observatório de Liberdade Imprensa e a Abraji,
sob coordenação do advogado Pierpaolo Bottini. A divulgação do documento ocorreu
durante seminário virtual sobre liberdade de imprensa e segurança de jornalistas
em 27 de maio. Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, o
presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e a jornalista Patrícia Campos Mello, do
jornal Folha de S.Paulo, participaram do debate que teve como pauta os recentes
ataques contra jornalistas, principalmente durante a cobertura da pandemia da
covid-19, e os riscos que esses episódios representam para a democracia.
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Aracaju
(SE) - O empresário e ex-senador Roberto Cavalcanti, em entrevista ao programa
Correio Debate, da rádio Correio, afirmou em 14 de maio que jornalistas e
radialistas deveriam ser apedrejados por divulgar números de mortes causadas
pelo novo coronavírus no Brasil. Proprietário do Sistema Correio de
Comunicação, ao qual pertence a rádio Correio, o empresário foi senador pelo
Republicanos e acabou, depois, pedindo desculpas pela declaração. Mas seguiu
criticando as autoridades que defendem o isolamento social como forma de
minimizar os efeitos da pandemia.
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Brasília
(DF) I - A repórter Clarissa Oliveira, da Band TV, registrou boletim de
ocorrência numa delegacia policial, em razão da agressão sofrida em 17 de maio
quando cobria uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto. A jornalista foi
atingida com o mastro de uma bandeira por uma apoiadora do presidente da República.
Clarissa afirmou que a agressora circulava com a bandeira, criticando os
profissionais de imprensa e se referindo aos jornalistas como 'lixo'. O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, postou no
Twitter que a agressão “é absolutamente inadmissível”.
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Rio
de Janeiro (RJ) - A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disponibilizou, em
seu portal na Internet, um espaço denominado SOS Jornalistas para a publicação e
denúncia de ameaças e casos de violência contra jornalistas no exercício da
profissão e contra veículos de comunicação em todo o Brasil. A ABI também deverá
encaminhar as denúncias às autoridades policiais, ao Ministério Público e aos órgãos
competentes para que sejam tomadas medidas de proteção às pessoas e
organizações ameaçadas.
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Brasília
(DF) II - O manifesto “Democracia se constrói com informação de qualidade, sem
censura e sem Fake News” foi publicado em 25 de maio por entidades, veículos de
comunicação e jornalistas. O documento, assinado por representações como a Associação
Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraco),
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Fórum Nacional pela Democratização
da Comunicação (FNDC), debate questões como: de que forma enfrentar a
desinformação sem censura? Quais serão os critérios? Quem analisará os
conteúdos? A iniciativa parte de um projeto de lei (PL) sobre o tema que irá a
votação no Senado Federal. O PL 2630/2020, que institui a Lei Brasileira de
Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, tem como autor o
senador Alessandro Vieira (PL/SE). O documento afirma que “não se pode, sob o
pretexto de combater as fake news, criar mecanismos privados de avaliação da
veracidade de conteúdos jornalísticos”. Conforme o texto, o combate deve se dar
“criando instrumentos legais e usando os já existentes para desmontar os
gabinetes de ódio”. O manifesto também pede responsabilização civil e criminal
de empresas e agentes públicos que “financiam essas estruturas para fabricar e
disseminar de forma artificial esses conteúdos que podem trazer danos à vida e
à democracia”. Outras reivindicações são a exigência de informações
transparentes das plataformas, sobre os mecanismos de mediação de conteúdos e
um debate amplo que inclua “os mais variados setores sociais na discussão de
propostas concretas”.
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Rio
de Janeiro (RJ) - O apresentador William Bonner, editor-chefe do Jornal
Nacional, da TV Globo, vem sendo vítima de uma “campanha de intimidação”. O jornalista e
uma das suas filhas receberam mensagens em seus telefones pessoais contendo os
endereços e os números de CPFs relacionados à família. Os dados fiscais
sigilosos - protegidos pela Constituição - vazaram, o que, segundo a Globo, “abre
a porta para toda sorte de fraudes”. O jornalista denunciou, há dias, o uso
indevido de CPF de seu filho, que um estelionatário inscreveu no programa
federal de apoio emergencial à população. Diversas entidades se solidarizaram
com o jornalista e sua família.
Pelo
mundo
México
- O jornalista Jorge Armenta, proprietário dos jornais El Tiempo e Medios
Obson, foi morto ao deixar um restaurante no centro de Ciudad Obregón, na tarde
de 16 de maio.
Ele foi o terceiro jornalista assassinado no país desde o início do ano. Jorge recebia
ameaças de morte e já estava enquadrado no Mecanismo de Proteção para Pessoas
Defensoras dos Direitos Humanos e Jornalistas. Um policial municipal que
acompanhava o jornalista também morreu no ataque. Um outro foi ferido.
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EUA
I - O correspondente Omar Jimenez, o produtor Bill Kirkos e o fotógrafo Leonel
Mendez, da rede CNN, foram presos e algemados enquanto faziam entrada ao vivo de
Minneapolis na manhã de 29 de maio. A equipe cobria os protestos que que ocorrem
desde o dia 27 quando foi morto George Floyd, um homem negro, que estava sob
custódia da polícia. A CNN tuitou: “Um repórter negro da CNN foi preso enquanto
cobria legalmente os protestos em Minneapolis. Um repórter branco que também
estava no local não foi”.
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Porto
Rico – A rede Voces del Sur (VDS) aponta que os jornalistas sofreram, pelo
menos, 87 ataques na América Latina no período de 1º de março a 21 de abril,
quando foram registrados os primeiros casos de Covid-19 na região. Os ataques foram
monitorados por oito organizações que integram a Voces del Sur: Fundamedios
(Equador), Abraji (Brasil), Fundação Violeta Barrios de Chamorro (Nicarágua),
Associação Nacional de Imprensa (ANP Bolívia), Comitê de Expressão Livre (C-Libre
Honduras), Instituto Demos (Guatemala) e o Instituto Prensa e Sociedade (Ipys
Venezuela e Peru). A Venezuela encabeça a lista, com 22 agressões e 14 prisões
arbitrárias. O Brasil vem a seguir, com 24 violações, entre elas 13 agressões a
profissionais da imprensa e nove discursos estigmatizantes, sendo oito feitos
pelo presidente da República e um pelo ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta,
além de dois assédios virtuais, feitos pelo pastor Silas Malafaia em uma live,
e pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), no Twitter.
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EUA
II – O presidente Donald Trump ameaçou em 27 de maio regulamentar ou fechar
companhias de mídia social que “sufocarem as vozes conservadoras”, em
retaliação à decisão inédita do Twitter de anexar alerta de conteúdo duvidoso
nos tuítes do governante. A ameaça de Trump de regulamentar e fechar gigantes
de tecnologia contemplaria também o Facebook e foi considerada a mais
contundente em toda a trajetória política do presidente. O Twitter aplicou
rótulos de verificação de fatos em tuítes de Trump sobre a votação nos EUA por
via postal. Os responsáveis pela rede social colocaram um ponto de exclamação
azul ao lado dos tuítes do presidente, como alerta de que as afirmações tinham
sido negadas por verificadores de fatos. A União Americana pelas Liberdades
Civis lembrou que a Primeira Emenda da Constituição dos EUA impede Trump de
fechar empresas de mídia social ou mesmo regulamentar por decreto suas formas
de atuação. E um Tribunal de Apelações em Washington rejeitou uma ação movida
por um grupo conservador alegando que Google, Facebook, Twitter e Apple
conspiram para “suprimir visões políticas conservadoras”.
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China
- O jornalista Zhang Zhan foi detido após transmitir vídeos de Wuhan, em
plataformas de mídia social como YouTube e Twitter, que são proibidas no país. Ele é o quarto
jornalista que desaparece depois de relatar atividades em Wuhan. Seu último
vídeo, publicado em 13 de maio, criticou as tentativas das autoridades chinesas
de conter o novo coronavírus. Desde sua chegada a Wuhan, no início de
fevereiro, Zhan publicou entrevistas com empresários que foram severamente
afetados pela pandemia e com trabalhadores que lutavam para encontrar trabalho
na cidade. Sua família descobriu que ele se encontra em um centro de detenção
em Xangai, acusado de “provocar problemas”. Se for condenado, pode pegar até
cinco anos de prisão.
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Fontes: http://www.abi.org.br, https://www.abraji.org.br/, http://fenaj.org.br/, https://www.conjur.com.br/areas/imprensa, http://www.portalimprensa.com.br/, http://artigo19.org/, https://portal.comunique-se.com.br/;
https://www.coletiva.net/, Sociedade Interamericana de Imprensa
(https://pt.sipiapa.org/contenidos/home.html), Federação
Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos
Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem
Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se
(portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção aos Jornalistas (New York) (https://cpj.org/pt/), Centro Knight
para o Jornalismo nas Américas(https://knightcenter.utexas.edu/pt-br/), ONG Campanha
Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação
Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org), Fórum Mundial dos Editores e outras
instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de
jornalista.
Pesquisa
e edição Vilson Antonio Romero (RS)
e-mail:
vilsonromero@yahoo.com.br
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