segunda-feira, 30 de junho de 2014

BOLETIM 26 ANO IX

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
São Paulo (SP) I - A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou nota criticando o comportamento do vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Alberto Cantalice, que listou em um artigo nove jornalistas e os chamou de “pitbulls da mídia”. A chefe do departamento das Américas da entidade, Camille Soulier, negou as acusações de que a entidade teria agido com motivações políticas. “A RSF é uma organização apolítica. Nós apoiamos a liberdade de informação, e a liberdade de informação não tem uma aliança política”.
São Paulo (SP) II - A juíza Andréa Palma, da 3ª Vara Cível do Foro Central, concedeu liminar determinando a apreensão da edição de junho da revista Playboy. Editada pela Editora Abril, a publicação traz um ensaio fotográfico com a modelo Patrícia Jordane, apresentada na capa como “a morena que encantou Neymar”. A juíza acatou os argumentos da NR Sports, empresa que ajuizou a ação em nome do jogador da seleção brasileira e do Barcelona, segundo os quais a revista invadiu a privacidade do atleta e usou o seu nome sem a devida autorização.
Campo Grande (MS) - Para não causar prejuízos à honra e à imagem das pessoas envolvidas em reportagens, os veículos de comunicação devem se assegurar da veracidade da informação publicada. Com esse entendimento, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de MS condenou, por maioria de votos, o jornal Correio do Estado a pagar indenização de R$ 10 mil por danos morais a um homem que foi erroneamente identificado como autor do crime. Para o revisor do recurso no tribunal, desembargador Atapoã da Costa Feliz, cujo voto foi seguido pela maioria do tribunal, ao deixar de averiguar a veracidade da notícia que estava veiculando, o jornal agiu de forma negligente. Ainda de acordo com o julgador, mesmo antes da publicação, apurou-se a identidade do verdadeiro autor do crime. Ainda assim, o nome do autor da ação foi destacado na reportagem publicada no dia 16 de junho de 2009.

Pelo mundo
Ucrânia - O cinegrafista russo Anatoli Klian, do Canal Um, morreu em 29 de junho ,depois de ser gravemente ferido em um tiroteio na cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia. O profissional foi atingido no abdômen nas proximidades de um quartel militar ucraniano, local onde ocorreu o disparo. Ele estava em um ônibus acompanhado por mães de soldados e jornalistas. Quando o ônibus chegou à unidade, os militares abriram fogo e mataram o cinegrafista e o motorista do ônibus. Além disso, outra caminhonete com jornalistas do canal LifeNews foi atacada com lança-granadas perto da mesma unidade, mas ninguém foi atingido.
Austrália - O canal de TV Channel 7 foi condenado por racismo após transmitir uma reportagem sobre a tribo amazônica brasileira Suruwaha. No texto, veiculado em 2011, o autor dizia que seus integrantes eram “assassinos de crianças”, “relíquias da Idade da Pedra” e “os piores violadores de direitos humanos do mundo”. A Survival International, entidade que defende os direitos dos povos indígenas em todo o planeta, promoveu um protesto contra o canal. A matéria feita por Paul Raffaele e Tim Noonan informava que a tribo suruwaha “acredita que os bebês nascidos com defeitos congênitos ou de mãe solteira são espíritos malignos e devem ser mortos da maneira mais terrível possível”.
Egito - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, solicitou ao presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, que “proteja a liberdade de expressão” durante encontro em 26 de junho em Malabo, na Guiné Equatorial. O pedido decorre da condenação de pelo menos dez jornalistas do canal árabe Al Jazeera, em 23 de junho. As condenações mobilizaram a comunidade internacional. Entre os detidos estão o australiano Peter Greste, correspondente do canal árabe no Quênia, e o egípcio-canadense Mohamed Fahmy. Ambos foram condenados a sete anos de reclusão. Além deles, o produtor egípcio Baher Mohamed foi considerado culpado por posse de arma de fogo e sentenciado a dez anos de prisão.
Inglaterra - A ex-diretora do extinto tabloide News of the World, Rebekah Brooks, foi absolvida em 24 de junho no caso das escutas telefônicas enquanto Andy Coulson, ex-diretor de comunicações de David Cameron, foi considerado culpado. A jornalista, que atuou na publicação entre os anos 2000 e 2003, foi absolvida de todas as acusações relacionadas aos grampos e Coulson foi condenado por interceptar telefones entre 2000 e 2006. Ele pode enfrentar uma pena de prisão. A sentença deverá ser comunicada em breve. Em 2011, o proprietário do jornal, Rupert Murdoch, resolveu fechar a publicação após o escândalo das escutas, que tinham por objetivo obter informações exclusivas.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista. Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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