segunda-feira, 29 de junho de 2015

BOLETIM 23 ANO X

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
Porto Alegre (RS) - A 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ-RS) negou indenização dos jornais das empresas Nova Época a um homem que se sentiu ofendido pelas notícias sobre a sua prisão. As reportagens informavam que Cleiton da Silva foi detido na condição de foragido do sistema penitenciário, onde cumpriria pena por diversos crimes como estupro e roubo. No entanto, ele foi processado e condenado por ter se apropriado de CDs e DVDs de uma locadora de vídeo. Em sua decisão, o juiz Franklin de Oliveira Netto avaliou que os réus apenas repetiram a informação passada pela delegacia e que as matérias veiculadas não trazem excessos nem juízo de valor.

Rio de Janeiro (RJ) - A Defensoria Pública definiu que a polícia não pode divulgar imagens de presos à imprensa até que a condenação definitiva dos suspeitos tenha ocorrido. A decisão tem o objetivo de prevenir “o pré-julgamento, abuso de autoridade e a exibição sensacionalista de uma pessoa presumidamente inocente antes do processo legal”. O juiz permitiu, porém, que imagens com justificativa prévia da polícia possam ser divulgadas. A desembargadora Renata Cotta, responsável pelo caso, não aceitou o recurso movido pelo governo do RJ e manteve a liminar concedida pelo juiz Afonso Barbosa, em 2014, em ação movida pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública.

Brasília (DF) - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o apresentador Rafinha Bastos terá que pagar R$ 150 mil de indenização à cantora Wanessa Camargo, ao marido dela, Marcus Buaiz, e ao filho do casal, José Marcus, de quatro anos. Rafinha já havia sido condenado em primeira e segunda instâncias a pagar, ao todo, R$ 450 mil. A defesa dele tentava reverter a sentença ou diminuir o valor a ser pago, classificado como “exorbitante” pelos advogados. A ação foi movida pela cantora em 2011, após Rafinha dizer que “comeria ela e o bebê”. A defesa argumentou que o humorista “não teve intenções sérias de ter relações sexuais com Wanessa e seu filho”.

São Paulo (SP) - É direito e até dever do jornalista retransmitir fatos históricos verdadeiros para que os leitores possam fazer o juízo de valor que bem entenderem. Com esse entendimento, o juiz Ulisses Pascolati Jr., do Juizado Especial Criminal Central, absolveu o jornalista Juca Kfouri da acusação de injúria praticada contra o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ex-deputado estadual, José Maria Marin. Marin ajuizou ação argumentando que teve a honra ofendida pelo jornalista, que teria excedido os limites da liberdade de expressão ao publicar em seu blog dois textos que estabeleceriam ligação entre um pronunciamento proferido por Marin na Assembleia Legislativa de SP, na época em que era deputado estadual, e a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida dias depois, no ano de 1975. 

Pelo mundo
Holanda - A Al-Azhar, considerada uma das maiores instituições do Islã sunita, condenou a “imaginação doentia” por trás das charges do profeta Maomé, exibidas na TV pública holandesa pelo deputado opositor, Geert Wilders. A entidade pediu “a todos os muçulmanos que ignorem este ato terrorista odioso”. Wilders disse que mostrou as caricaturas para “defender a liberdade de expressão contra a violência”, em resposta ao tiroteio em um concurso de caricaturas no Texas (EUA), no início de maio. O ataque foi reivindicado pelo grupo radical Estado Islâmico (EI). Os muçulmanos consideram as ilustrações desrespeitosas. Por mostrá-las na TV, a sigla de Wilders - Partido da Liberdade (PVV) -, pode levar uma suspensão do tempo de transmissão de um a quatro anos.

Egito - O Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) denunciou que profissionais da imprensa sofrem com uma onda de ameaças e prisões sem precedentes no Egito. Um relatório da ONG adverte que 18 repórteres, a maioria de veículos digitais e simpatizante do movimento Irmandade Muçulmana, estão detidos em cadeias locais. Ativistas de associações de defesa dos direitos humanos alegam que, desde a posse do atual presidente Abdel Fatah al-Sissi, a repressão contra simpatizantes da Irmandade Muçulmana começou se agravou.

Colômbia - O Tribunal da cidade de Manizales anulou uma decisão que absolveu, em 2013, o então congressista Francisco Tapasco e o condenou a 36 anos e três meses de prisão por planejar a morte do jornalista Orlando Hernández, diretor-adjunto do jornal regional La Patria. O Tribunal também condenou Tapasco e outras duas pessoas como “autores morais do homicídio qualificado”. O crime teria sido motivado pelas denúncias que Sierra fez no exercício da profissão.

Turquia - Por acusar autoridades de receber favores do governo e ofender juízes e procuradores de uma corte local, a promotoria da capital Istambul solicitou a prisão da jornalista Canan Coskun. A pena dela pode chegar a 23 anos de detenção. Um juiz e oito procuradores alegam que a repórter, ao fazer acusações desse tipo, está ferindo a honra dos envolvidos. Em fevereiro deste ano, Canan afirmou que uma imobiliária estatal oferecia condições especiais a vários fiscais turcos que queriam comprar uma casa de luxo. Ela ainda relacionou o fato a decisões favoráveis ao governo que os mesmos fiscais tomaram em casos de corrupção.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional deJornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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