domingo, 21 de junho de 2015

BOLETIM 22 ANO X

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
Belo Horizonte (MG) – A rede Globo está sendo processada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia de MG (SindepolMinas) em razão de um episódio da novela "Babilônia" onde os personagens interpretados pelos atores Thiago Fragoso e Fernanda Montenegro teriam "atacado a carreira de delegado de polícia". O SindepoMinas compreendeu que o diálogo entre os personagens classifica os delegados de polícia como "corruptos".

Brasília (DF) - A revista Veja São Paulo pode manter em seu portal de notícias uma reportagem sobre a falência do Spa Hara. A decisão é do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao conceder liminar que permite à publicação manter publicada a matéria. O ministro afirma na sentença que o Poder Judiciário não pode agir como “um verdadeiro censor”, avaliando se um tema possui ou não caráter jornalístico. A decisão do ministro suspende entendimento de desembargador do Tribunal de Justiça de SP que determinou a remoção da notícia da página da revista na internet.

Rio de Janeiro (RJ) I – O jornal O São Gonçalo obteve decisão favorável na 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RJ que anulou indenização por danos morais requerida por parentes de um policial.  A justiça entendeu que a divulgação de foto do velório do policial não ultrapassa os limites da liberdade de imprensa. No caso, a mãe e a viúva de um policial militar assassinado em 2007 pediram à imprensa que não divulgasse fotos da família no velório. Mesmo assim, o jornal publicou em sua capa uma imagem da cerimônia, contrariando o pedido. A família do morto, então, solicitou indenização de R$ 100 mil, e retratação por parte do veículo fluminense. Os parentes do policial alegavam que a atitude do jornal os colocou em risco, pois os assassinos do agente de segurança pública poderiam identificá-los, e os desrespeitou em um momento de grande tristeza.

Rio de Janeiro (RJ) II – A Editora Aimberê, do jornal A Nova Democracia, logrou êxito no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do RJ que rescindiu o acórdão que a condenou a pagar R$ 8 mil a um homem citado nas reportagens que publicou sobre a chacina de Vigário Geral. O ato, ocorrido em 1993, em uma favela da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), deixou 21 pessoas mortas. O homem foi mencionado nas reportagens como um dos integrantes do grupo "Cavalos Corredores", responsável pelo crime. Ele processou a editora sob a alegação de que havia sido absolvido em outra ação julgada pelo Tribunal de Justiça do RJ. Após tramitar em primeira instância, o processo foi para a 8ª Câmara Cível, que acolheu o pedido e condenou a empresa e um de seus profissionais a pagarem a indenização. Esta sentença foi revisada pelo Órgão Especial.

Pelo mundo
Venezuela – O corpo do jornalista Eduardo Flores foi encontrado em 16 de junho com marcas de violência e mutilado em seu apartamento em Santa Mônica, na capital Caracas. Autoridades informaram que o jornalista recebeu diversas facadas, foi degolado e teve o corpo parcialmente queimado. A polícia local investiga o caso.

México - O jornalista Ismael Díaz López, do jornal Tabasco Hoy, foi assassinado a facadas em 18 de junho no município de Teapa, localizado no centro do estado. A ONG Artigo 19 exigiu que as autoridades esclareçam as circunstâncias do crime e responsabilizem os culpados.

Turquia - A jornalista Pinar Ogunc, do jornal Cumhuriyt, e outros dois repórteres foram detidos em 16 de junho na cidade de Akçakale, na fronteira com a Síria, por questionarem o governador Izettin Kuçuk sobre a possibilidade de militantes do Estado Islâmico se infiltrarem na Turquia. Os três jornalistas cobriam a tomada da cidade de Tal Abyad, na Síria – que até então estava sob o domínio da facção islâmica – pelo exército curdo. Após o ocorrido, os repórteres questionaram o governador sobre a possibilidade "dos militantes do Estado Islâmico escaparem pela fronteira e se infiltrarem na Turquia", o que poderia representar uma ameaça. Segundo Pinar, os três foram repreendidos por funcionários do governo e, em seguida, encaminhados à delegacia de polícia, onde ficaram detidos por algumas horas.

Birmânia – Jornalistas independentes estão sendo perseguidos, ameaçados e detidos, denunciou a ONG Anistia Internacional em 17 de junho. Apesar de o governo ter iniciado em 2011 um processo de reforma, que permitiu o fim da censura e o surgimento de veículos independentes, nos últimos 12 meses cerca de dez jornalistas foram presos no país. O relatório feito pela ONG conta com depoimentos de jornalistas locais. Para eles, escrever sobre os militares, o nacionalismo budista ou sobre a minoria muçulmana é praticamente inviável.  O documento da entidade, que defende os direitos humanos, também mostra que, além do governo, grupos radicais budistas ameaçam os repórteres.

Marrocos - A revista Maroc Hebdo teve uma de suas edições retiradas de circulação em 12 de junho, após a capa estampar a mensagem: "Devemos queimar homossexuais?". A revista justificou a frase afirmando que a intenção seria a de propor a possibilidade de "descriminalizar" o homossexualismo no Marrocos, que é punido com três anos de detenção. Em declaração oficial, o diretor da revista se desculpou pelo mal entendido.

Ucrânia - O jornalista Alexandre Gayuk,  da Agence France-Presse (AFP), foi ferido por estilhaços de um morteiro durante bombardeios em 14 de junho em Donetsk, reduto dos rebeldes separatistas pró-russos no leste da Ucrânia. Diversos bombardeios ocorreram em bairros próximos ao aeroporto de Donetsk, região que divide as posições de rebeldes e das forças ucranianas.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional deJornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

 Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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