domingo, 23 de junho de 2013

BOLETIM 26 ANO VIII

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO

Notas do Brasil

Brasília (DF) I - A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) manifestou “extrema preocupação” com o acirramento da violência durante os protestos realizados em várias cidades do país. A entidade destaca casos de ataques a jornalistas e equipamentos nas manifestações, como o repórter Pedro Vedova, da GloboNews, que foi ferido na cabeça por uma bala de borracha, no Rio de Janeiro; o veículo de reportagem do SBT, estacionado perto da prefeitura da cidade carioca, que foi pichado e incendiado; e um carro da Rede Record, queimado em Brasília, entre outras ocorrências. Entidades como ABI, Fenaj e ANJ também manifestaram seu repúdio às agressões.

Rio de Janeiro (RJ) - O repórter André Naddeo, do portal Terra, foi agredido e teve o celular roubado por quatro homens durante a cobertura da manifestação que reuniu cerca de 100 mil pessoas no centro da cidade, em 17 de junho. O jornalista fotografava a ação do grupo, que quebrava vidraças de agências bancárias nas proximidades da Assembleia Legislativa (Alerj) quando foi cercado.

São Paulo (SP) I – Um grupo de manifestantes jogou vinagre no rosto da repórter Rita Lisauskas, da TV Band, quando ela se preparava para entrar ao vivo em 18 de junho.

São Paulo (SP) II – Um carro com equipamentos de transmissão ao vivo da TV Record também foi queimado por manifestantes, em frente à Prefeitura Municipal em 18 de junho. A repórter Fabiana Panachão e o restante da equipe também foram apedrejados.

Niterói (RJ) – O repórter Vladimir Platonow, da Agência Brasil, foi agredido por seguranças do Terminal Rodoviário durante a cobertura dos protestos que aconteciam na cidade na noite de 19 de junho.

Fortaleza (CE) - O jornalista Pedro Rocha foi atingido por um disparo de bala de borracha enquanto cobria protestos próximos à Arena Castelão, momentos antes do início da partida entre Brasil e México. Natal (RN) – Um veículo da TV Bandeirantes foi atacado e virado em 20 de junho.

Palmas (TO) - Manifestantes hostilizaram uma equipe da TV Anhanguera, retransmissora da rede Globo na cidade, em 20 de junho. Apesar de os repórteres do canal terem enfrentado dificuldades para realizar entrevistas e gravar, não houve agressão física, apenas gritos como: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.

Campinas (SP) - O jornalista Flávio Botelho, da Rádio CBN Campinas, foi vítima de agressão e roubo durante o protesto de 20 de junho.

Porto Velho (RO) - O repórter-fotográfico Tancredo Furtado, do site Rondonoticias , foi ameaçado e perseguido por um grupo de manifestantes em 20 de junho e um repórter da rádio Globo AM, identificado somente como Richard, foi agredido e precisou ser medicado.

Manaus (AM) - A jornalista Camila Pereira, do Portal D24AM, foi xingada e ofendida durante os protestos em 20 de junho.

Brasília (DF) II - O juiz Bruno Apolinário, da 3ª Vara Cível da Justiça Federal, negou pedido de indenização por danos morais, feito pela usina Itaipu Binacional. Segundo a estatal, informações divulgadas em editorial e reportagem da edição 1.891, de 2006, da revista IstoÉ com denúncias de “caixa 2” na empresa, teriam sido obtidas “de uma pessoa descredenciada”. O juiz, no entanto, não viu “qualquer indício de ilicitude” na publicação. De acordo com a reportagem, a estatal possuía um esquema de desvio de dinheiro público, iniciado ainda durante a ditadura militar, que envolveria U$ 2 bilhões não contabilizados e seria organizado, mantido e controlado por dirigentes da estatal.

Pelo mundo
EUA – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) revela que entre 2008 a maio deste ano, violência e ameaças levaram 456 jornalistas de todo o mundo a deixarem seus países. A origem do maior número de profissionais de imprensa exilados foram Irã (82), Somália (70) e Etiópia (45). O levantamento do CPJ não cita o Brasil. No México, foram 12 jornalistas exilados. O relatório diz que, no ano passado, um total de 55 jornalistas de 21 países foram obrigados a buscar refúgio em outro país. A pesquisa só considerou jornalistas que fugiram devido à perseguição relacionada ao jornalismo e que permaneceram em exílio por pelo menos três meses.

Portugal – O jornalista Joaquim António Emídio, diretor-geral do jornal O Mirante, de Santarém, foi condenado a pagar uma indenização de 2.500 euros ao ex-secretário de Estado, Rui Barreiro. A multa pode ser paga com uma taxa diária de 10 euros, durante 250 dias, segundo o Tribunal da Relação de Évora. O jornalista chamou o ex-secretário de idiota em artigo publicado em 30 de maio de 2011. “Chama-se Rui Barreiro, é o mais idiota dos políticos que conheço e foi durante este último ano e meio secretário de Estado da Agricultura e Florestas, do Governo de José Sócrates. É certo e sabido que um dia será ministro das Finanças, ou da Educação, ou da Justiça de governo qualquer, a confiar no aparelho partidário do Partido Socialista, onde parece que toda a gente boa foi de férias e só ficaram as galinhas”, escreveu Emídio.

Honduras - O presidente do Colégio de Jornalistas, Juan Ramón Mairena, disse recentemente que, devido ao crime organizado, ser jornalista se tornou “perigoso” em Honduras. Entre 2010 e o primeiro semestre de 2013, 28 comunicadores foram assassinados no país. Mairena ainda disse estar “preocupado” com a impunidade que prevalece nos assassinatos de jornalistas no país. Autoridades de segurança reconheceram em abril desse ano que 80% dos homicídios ficam impunes pela falta de investigação.

EUA - Um fotógrafo foi atingido na noite de 17 de junho pelo automóvel Ferrari do cantor Justin Bieber na saída do clube Laugh Factory, em Los Angeles, mas o acidente não foi considerado pela polícia um atropelamento seguido de fuga. Um vídeo gravado no lado de fora do clube mostra Bieber tentando deixar o local ao volante de seu carro, cercado por fotógrafos. Apesar de o cantor ter acenado aos profissionais para que liberassem o caminho, um deles ficou preso entre o carro dele e outro estacionado. O porta-voz do Departamento de Polícia disse que os ferimentos do fotógrafo não são graves.

Inglaterra - O jornalista Nick Parker, do tabloide The Sun, e Lee Brockhouse, funcionário de uma prisão do país, são acusados de conspiração por desonestidade em cargo público em razão de pagamentos ilegais. As acusações são parte de uma investigação sobre supostos pagamentos feitos a funcionários públicos por jornalistas, conhecida como Operação Elveden.

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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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