A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do
Brasil
Porto Alegre (RS) - A
revista Veja e as jornalistas Mônica Weinberg e Camila Pereira terão de
indenizar o professor de História Paulo Fioravanti, em R$ 80 mil, a título de
danos morais. A 10ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do RS reconheceu, como o juízo de primeiro grau, que os
fatos que motivaram a ação indenizatória foram descontextualizados e distorcidos
pela reportagem. A edição de Veja de 20 de agosto de 2008, contendo a reportagem
intitulada “Prontos para o Século XIX”, mostra o professor do Colégio Anchieta —
um dos mais tradicionais do Rio Grande do Sul e conceituado nacionalmente — como
“ícone” de uma classe de ignorantes e despreparados, tal o seu viés de esquerda.
Na ação indenizatória, o professor citou um trecho da reportagem: “Lá [no
Colégio Anchieta], a aula de História era animada por um jogral. No comando, o
professor Paulo Fiovaranti. Ele pergunta: ‘Quem provoca o desemprego dos
trabalhadores, gurizada?’. Respondem os alunos: ‘A máquina’. Indaga, mais uma
vez, o professor: ‘Quem são os donos das máquinas?’. E os estudantes: ‘Os
empresários!’. É a deixa para Fiovaranti encerrar com a lição de casa: ‘Então,
quem tem pai empresário aqui deve questionar se ele está fazendo isso’. Fim de
aula”.

São Paulo (SP) I - A
revista Veja foi condenada a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais ao
ex-secretário de Assuntos Estratégicos do governo Lula, Luiz Gushiken, por uma
nota publicada na coluna Radar, em 2006, que dizia que ele jantou com o
empresário Luís Roberto Demarco e dividiu uma conta de R$ 3,5 mil, pagando a sua
parte em dinheiro. Para a 1ª Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça de SP, a revista excedeu os limites da
informação, opinião e de crítica, ao trazer informações que não foram
comprovadas apenas para transmitir uma imagem de esbanjamento. Na coluna Radar,
o jornalista Lauro Jardim informou que “Gushiken revelou-se requintado...
Serviu-se de uma garrafa de Grand Vin de Chateau Latour, safra 1994, um tinto
apreciadíssimo. O néctar do Pauillac custa 2.990 reais a garrafa. Depois, o
‘China’ acendeu um charuto cubano... Total da brincadeira: 3.500 reais. A conta
foi paga em dinheiro vivo, rachada entre os dois”. Na edição seguinte, a revista
colocou nota de Gushiken, que admite que jantou no restaurante Magari com
Demarco, como informou a coluna.A notícia, segundo a defesa da revista, seria
para trazer uma “reflexão sobre a distância que se verifica entre a postura
adotada pelos militantes do PT e o seu discurso”. A defesa do petista, porém,
apresentou um cupom fiscal referente à refeição de duas pessoas, totalizando R$
362,89, pagos com cartão de crédito, segundo contou em seu voto o juiz Alcides
Silva Júnior, relator do recurso no tribunal. O recibo de cartão de crédito
entregue pelo restaurante, contudo, não tem o nome do cliente.
São Paulo (SP) II - O
Tribunal de Justiça de SP negou pedido de indenização por danos morais proposto
pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, contra a
Editora Abril por reportagens da revista Veja em 2008, que divulgaram
investigação da Polícia Federal sobre a suspeita de um esquema de corrupção,
desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito envolvendo a Força Sindical,
o PDT e o BNDES. As reportagens foram
veiculadas nas edições 2060, 2061 e 2062 da revista. Na primeira, com chamada na
capa intitulada “O lado escuro da força”, Veja trouxe informações colhidas pela
Polícia Federal na Operação Santa Tereza, que investigou a suspeita de fraudes
no BNDES. De acordo com o texto, a PF investigava se Paulinho, presidente da
Força Sindical, teria recebido parte de propina cobrada para liberação de
empréstimos.
Brasília (DF) - A TV
Globo foi condenada pela Quarta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) a
pagar R$ 50 mil de indenização por ter acusado no programa “Linha Direta” um
homem de ser coautor da chacina da Candelária, série de homicídios ocorridos em
julho de 1993, no Rio de Janeiro. O homem foi acusado na
Justiça de ter participado da chacina, mas foi absolvido por unanimidade. Em
2006, o homem recusou um pedido de entrevista feito pela TV Globo, mas o
programa acabou indo ao ar da mesma forma e afirmou que ele era um dos
envolvidos na chacina. O homem entrou na Justiça alegando que o programa levou a
público uma situação que ele e sua família já haviam superado quando ele foi
inocentado e reacendeu na comunidade sua imagem de chacinador, ferindo assim seu
direito à paz, anonimato e privacidade pessoal. Além disso, ele alegou que, em
razão do ódio social, foi obrigado a abandonar a comunidade para preservar sua
segurança e de seus familiares.
Pelo mundo
França - Dois
jornalistas franceses foram sequestrados em 6 de junho na região de Aleppo por
um grupo ainda não identificado. O presidente François
Hollande exigiu a libertação dos profissionais. Os profissionais, um repórter da
emissora Europe 1 e um fotógrafo, tinham entrado na Síria pela fronteira turca
no dia anterior. A dupla teria sido sequestrada por quatro homens quando estavam
em uma zona sob o controle dos opositores do regime de Bashar al Assad.
Canadá - Alex Siglio,
jornalista do diário Toronto Star, foi preso em uma estação de trem por
fotografar um policial ferido. O oficial havia caído
nos trilhos após tentar impedir um usuário que queria abrir as portas de um trem
em movimento. Siglio estava na Union Station, quando dois policiais tentaram
parar um homem que queria embarcar no trem. Um deles tropeçou e caiu nos
trilhos, fraturando o tornozelo. O repórter tentava registrar o acidente.
Italia - Incomodado com
os questionamentos de um repórter do jornal Secolo XIX sobre a possível venda do
time de futebol Genoa, Enrico Preziosi, presidente do clube, deu um pontapé no
jornalista que o interrogava e quebrou a máquina fotográfica que se encontrava
na mão do profissional.
................................
A Associação
Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico
imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social
para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de
jornalista.
O programa Conversa de
Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de
Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e
internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI
(www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ
(www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji
(www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa
da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva
(www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação
Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas
de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras
(www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas
(Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House
(www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum
Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de
Vilson Antonio Romero
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