Notas do Brasil
Brasília (DF) I – O jornalista Jorge Bastos Moreno e o jornal O Globo não necessitam indenizar o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que alegou ser alvo de constantes agressões do profissional em sua coluna diária “Nhenhenhém”. A 1ª Turma Cível do TJ-DF negou recurso impetrado pelo parlamentar contra sentença do juiz da 10ª Vara Cível de Brasília que julgou improcedente seu pedido de indenização. Em seu voto, o relator disse que “não se pode afirmar que as publicações tenham causado dano moral ao autor, vez que se inserem no direito de informação e manifestação de pensamento, assegurados pela Carta Constitucional de 1988 (Constituição Federal, artigo 5º, IV e IX)”.
Brasilia
(DF) II - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou em 29 de abril que a revista
Veja publique em suas versões impressa e digital a sentença condenatória em
favor do ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas
Pereira. Os
magistrados julgaram improcedente uma ação proposta pela Editora Abril que
buscava desobrigar a revista de publicar a sentença. Para o STJ, a ação
ajuizada por Pereira não era baseada na Lei de Imprensa e sim no Código Civil e
na Constituição Federal. Eduardo Jorge processou a editora por reportagens
publicadas entre 2000 e 2002. Na época, Pereira estava sendo investigado pela
Receita Federal sob a acusação de enriquecimento ilícito e as matérias
insinuavam sua participação em esquema de corrupção, o que acabou não sendo
comprovado.
Pelo mundo
EUA
- Com seis países sem imprensa livre e três entre os mais impunes em crimes
contra jornalistas do mundo, a América Latina enfrenta seu pior cenário de
liberdade de imprensa desde 1989, segundo o relatório anual da ONG Freedom
House, publicado em 1º. de maio, e o Índice de Impunidade 2013 do Comitê para a
Proteção dos Jornalistas (CPJ), publicado no dia seguinte. No relatório da Freedom House,
Paraguai e Equador caíram da categoria “liberdade [de imprensa] parcial” para “sem
liberdade” em 2012, na qual também estão Cuba, Venezuela, México e Honduras. E,
no índice do CPJ, Colômbia, México e Brasil figuram entre os países mais
impunes do mundo em assassinatos de jornalistas. O caso do Equador é o mais
grave: sua queda de 17 posições nos últimos cinco anos é uma das maiores entre
os 197 países analisados no relatório da Freedom House. Em relação a 2012,
medidas regulatórias do governo sobre a cobertura de política feita pela
imprensa e a retirada massiva de publicidade oficial de veículos privados
críticos ao governo foram alguns motivos levantados pela ONG para um cenário
tão restrito de liberdade de imprensa.
Argentina
- Ao menos sete profissionais de diferentes meios de comunicação foram feridos
por tiros de balas de borracha e golpes da Polícia Metropolitana de Buenos
Aires, que tentava reprimir uma manifestação em 26 de abril. Alguns dos feridos, incluindo
cinegrafistas e fotógrafos, foram detidos por policiais que os impediram de
receber assistência médica imediatamente. O episódio ocorreu quando os comunicadores
cobriam uma manifestação de empregados de um hospital psiquiátrico que tinha
uma ordem de demolição. Para reprimir o protesto, a polícia disparou balas de
borracha contra os manifestantes e contra os membros da imprensa.
França
- Ativistas da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) colaram montagens de fotos
de alguns líderes e organizações de países onde os jornalistas sofrem
restrições, durante ato promovido em 3 de maio, em Paris, pela passagem do Dia
Mundial da Liberdade de Imprensa.
A campanha, cujo slogan é “sem liberdade de informação, nenhum contra-poder” usou
fotos dos 39 chamados Predadores da Liberdade de Imprensa, onde constam
políticos de países como Síria, Rússia, Coreia do Norte e Irã.
Paraguai
- A Polícia Nacional prendeu o brasileiro Eder Gabriel Denis, acusado de ser um
dos participantes no assassinado do jornalista paraguaio Manuel Arataza
Mereles, que era assessor de imprensa da Governadoria do Departamento de
Amambay. Ele foi
executado com cinco tiros na noite de 24 de abril em Pedro Juan Caballero, na
fronteira com o Brasil. O brasileiro, que já tem uma acusação de tentativa de
homicídio em Pedro Juan Caballero, em 2007, foi flagrado por uma câmera do
sistema de segurança de um estabelecimento localizado próximo ao local do crime
contra o jornalista. Denis está preso na Penitenciária Regional. Uma
motocicleta de sua propriedade foi apreendida.
Siria
- O repórter italiano Domenico Quirico está desaparecido há mais de 30 dias na
Síria. Experiente
em coberturas de guerra, ele entrou no país através do Líbano em 6 de abril,
avisando que ficaria incomunicável durante uma semana. O jornal La Stampa disse
que manteve contatos esporádicos com o jornalista até 9 de abril, mas depois
não recebeu mais notícias dele. O editor-chefe da publicação, Mario Calabresi,
afirmou que decidiu tornar público seu desaparecimento após não obter pistas dele.
A chancelaria italiana ativou uma unidade de crise para tentar encontrá-lo.
Moçambique
- A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reuniu profissionais de
imprensa no final de abril para participar, em Maputo, do Congresso
Internacional dos Jornalistas de Língua Portuguesa. Com o tema “O Jornalismo como
instrumento de transformação”, o encontro debateu tópicos como a situação atual
dos profissionais, ofensas classificadas como crime e a ética no jornalismo em
países lusófonos. O evento ainda discutiu a regulamentação profissional e os
direitos autorais dos jornalistas nos países de língua portuguesa. No documento
final do encontro, os jornalistas dos países membros “apelam ao poder político
e econômico que respeitem o exercício da profissão, garantindo a liberdade de
imprensa e expressão” e defendem a criação de “um Observatório da Liberdade de
Imprensa nos países e territórios de língua portuguesa”. Integram a CPLP, as
repúblicas de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e
Príncipe, Brasil, Portugal e Timor Leste.
..................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O
programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da
Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das
ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e
expressão.
Fontes:
ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ
(www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji
(www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em
Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal
Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami),
Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos
Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem
Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos
Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House
(www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum
Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero
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