Notas do Brasil
Rio de Janeiro (RJ) - A Rede Globo foi proibida de veicular no programa “Fantástico” de 23 de dezembro uma reportagem investigativa com denúncias de corrupção policial. A decisão de censurar a matéria foi do juiz federal Marcelo Cavali, a pedido do delegado federal Adolpho Rebello, acusado de formação de quadrilha, corrupção e violação de sigilo funcional. A matéria exibia a cobrança de propina por policiais a comerciantes da rua 25 de Março,
Boa Vista (RR) – O fotógrafo Janderson Nobre, do jornal
Folha de Boa Vista, foi agredido por policiais quando fazia a cobertura da
entrega de presentes para crianças carentes na manhã de 26 de dezembro. O
chefe da Casa Militar do governo estadual, coronel Edison Prola, abordou o
profissional e impediu o registro das imagens, danificando o equipamento e
provocando hematomas um dos braços de Nobre.
Quando questionado sobre o motivo da expulsão, o militar justificou que
era uma decisão pessoal. Durante o evento, mais de 10 mil crianças foram até o
Estádio Ribeirão para retirar seus presentes. O processo de licitação para a
compra dos brinquedos havia sido questionado pela imprensa.
Brasília (DF) - O Superior Tribunal de Justiça (STJ)
reconheceu o direito do Ministério Público de propor uma ação para impedir que
o SBT e o “Programa do Ratinho” divulguem imagens de espancamento e tortura de
uma criança. Nas imagens, Marcelo Borelli torturava uma criança com cerca
de três anos de idade. A defesa da emissora questionou o fato de o MP propor a
ação e alegou que a reportagem não havia violado as normas do Estatuto da
Criança e do Adolescente. “O Ministério Público é parte legítima para em ação
civil pública defender os interesses individuais, difusos ou coletivos em
relação à infância e à adolescência, por não serem absolutos a lei restringe o
direito à informação e a vedação da censura para proteger a imagem e a
dignidade das crianças e dos adolescentes”, argumentou o ministro Villas Bôas
Cueva, relator do caso. O ministro ainda destacou que não houve censura, já que
a veiculação da notícia e sua repercussão não foram proibidas, apenas a
exibição de cenas com a finalidade de proteger o interesse das crianças.
Pelo
mundo
Austria - O Instituto Internacional de Imprensa (IPI)
revelou que pelo menos 132 jornalistas foram mortos em 2012. O número é o
maior desde 1997. Em 2011, foram 110 casos. A Síria aparece em primeiro lugar
na lista de países com mais assassinatos, ao menos 31 jornalistas e 8
repórteres cidadãos foram mortos enquanto cobriam os conflitos armados. Na
América Latina, onde a violência contra os jornalistas foi alta em diversos
países, a situação “reflete uma falta de tolerância com a informação crítica e
independente”, destaca o IPI.
México – A ONG Artígo 19 publicou em seu site cinco
vídeos de entrevistas com jornalistas mexicanos relatando suas experiências na cobertura
da violência do crime organizado no país. Como medida de segurança, os
jornalistas sempre informam sua localização a familiares ou pessoas próximas,
assim como nunca vão sozinhos para cobrir eventos violentos.
China – O repórter Chris Buckley, do The New York Times,
foi forçado a deixar o país em 31 de dezembro, dois meses após o jornal ter
publicado uma matéria crítica à fortuna da família do premiê Wen Jiabao.
Buckley vivia na China desde 2000 e não teve seu visto renovado. Desde a
reportagem, os sites do Times em inglês e chinês foram bloqueados no país, por
terem os chineses entendido que os textos eram uma tentativa de “manchar” a
imagem do país e de seus líderes.
Turquia - Um tribunal de Istambul determinou a libertação
do jornalista Soner Yalçin, dono do portal de notícias “Odatv”, preso
preventivamente há 22 meses sob suspeita de fazer parte da conspiração
Ergenekon. O jornalista foi acusado, junto com outros 12 profissionais, de
participar de uma suposta rede de militares e intelectuais com intenções
golpistas. Todos os envolvidos na prisão se declararam inocentes, eles afirmam
que as provas do processo são documentos que foram introduzidos em seus
computadores mediante um vírus.
...................
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados
pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a
resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de
imprensa e expressão. Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.
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