quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

BOLETIM 52 ANO VII


A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
Curitiba (PR) - Jornalistas e a direção de redação da Gazeta do Povo, de Curitiba, receberam uma série de ameaças em 17 de dezembro. Os telefonemas podem estar relacionados à reportagem que denunciou promoção de delegados da Polícia Civil acusados de utilizaram veículos oficiais para fins particulares. O jornalista Mauri König, repórter do jornal e diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), foi um dos citados durante as ameaças. König e sua família deixaram a casa em que viviam e permanecem sob proteção de seguranças até saírem do país.
São Paulo (SP) – O repórter André Caramante, do jornal Folha de S. Paulo, retornou ao Brasil depois de permanecer três meses no exterior após ser ameaçado em função de matérias sobre o ex-chefe da Rota, vereador Paulo Telhada. Em julho, Caramante publicou uma matéria em que afirmava que Telhada incitava a violência no Facebook. O jornalista tomou a decisão de sair do Brasil depois que seus filhos também passaram a ser ameaçados. Durante o tempo em que passou no exterior, Caramente seguiu trabalhando para a Folha.
Fernandópolis (SP) - O jornalista Frederico Guerra, do portal Região Noroeste (RN), foi absolvido em ação de indenização movida pelo ex-jogador de futebol Tiago Nunes. Em primeira instância, o jornalista e o RN haviam sido condenados a pagar R$ 15 mil ao jogador. No entanto, o Tribunal de Justiça (TJ) reformou a sentença. A ação foi aberta por Pansani após a publicação de uma matéria sobre uma partida em Fernandópolis, da qual o jogador não teria participado. Porém, em entrevista reproduzida por Guerra, originada de uma rádio local, um torcedor denunciava que Pansani “havia jogado uma pelada e tomado cachaça” no dia anterior ao jogo.

Pelo mundo
Suíça – A ONG Campanha Emblema para a Imprensa denuncia que, em 2012, o Brasil se transformou no quarto país mais perigoso para se trabalhar como jornalista no mundo. A situação brasileira é pior que a do Afeganistão, Iraque ou Gaza, segunda a ONG. Em um ano, onze profissionais da imprensa foram assassinados, um recorde no País. Somando os assassinatos no Afeganistão, Iraque ou Gaza, o número de vítimas chega a oito. Apenas Síria, Somália e Paquistão vivem cenários mais dramáticos para os jornalistas que o Brasil. A instituição defende maior proteção a jornalistas em locais de risco. Segundo a instituição, com sede em Genebra, 2012 marcou um número recorde de assassinatos de profissionais pelo mundo. No total, foram 139 mortes, em 29 países.
EUA - O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) revelou que pelo menos 67 jornalistas foram mortos no exercício da profissão em 2012. O conflito na Síria foi o maior responsável pelo número, com 28 repórteres mortos no país. A marca é a terceira maior registrada pelo CPJ, atrás de 74 mortes, em 2009, e 70, em 2007.
França – A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou seu relatório mostrando que o ano de 2012 foi traumático para os jornalistas. Somente neste ano, 88 repórteres foram mortos enquanto exerciam a profissão, número que representa um aumento de 33% com relação ao ano passado. Desde 1995, ano em que a organização começou a computar estes dados, os números não eram tão alarmantes. Destes 88 jornalistas que perderam a vida em 2012, praticamente todos foram vítimas da cobertura de conflitos armados ou atentados, ou foram assassinados por grupos ligados ao crime organizado, milícias islâmicas ou a mando de oficiais corruptos.
EUA II - Os membros do conselho da Fundação Liberdade de Imprensa, criada recentemente como forma de apoio ao WikiLeaks e a outras pequenas organizações de jornalismo independente, destacaram em um editorial publicado no The Huffington Post que o Departamento de Justiça do presidente Barack Obama foi o que mais processou fontes sob a Lei de Espionagem, em comparação a governos anteriores. Fundada por John Perry Barlow e Trevor Timm, a Fundação Liberdade de Imprensa ajuda a financiar jornalismo de interesse público, em geral praticado por pequenos veículos sem vínculos com o governo e que têm como principal objetivo denunciar a corrupção dentro dos meios políticos. 
Sudão do Sul - A embaixada norte-americana anunciou que o FBI vai investigar o assassinato de Diing Chan Awuol, o jornalista, blogueiro e comentarista político, morto a tiros no início de dezembro. Colegas de trabalho afirmam que Awuol vinha recebendo ameaças de morte. Oficiais da embaixada destacaram que o caso levanta preocupações sobre a liberdade de imprensa na nova nação.
Síria - O jornalista americano Richard Engel e sua equipe de produção, todos da NBC, foram libertados em 17 de dezembro. O grupo entrou em território sírio no último dia 13, e desde então não mantinha contato. Ao ser entrevistado, Engel afirmou “ter uma boa ideia” de quem os havia sequestrado e acusou militares pró-regime.
Chile - A Sala de Contas da Corte de Apelações de Santiago aceitou o pedido de proteção para o jornalista e editor Maurício Weibel, da agência de notícias alemã DPA. O autor do livro “Associação ilícita: Os arquivos secretos da ditadura” tem sido intimidado. Primeiro, o carro do jornalista foi roubado em sua casa, depois, um policial foi até sua antiga residência e pediu informações detalhadas sobre sua família ao zelador. Recentemente, dois computadores foram roubados de sua residência, sendo que um dos aparelhos continha detalhes das investigações que o jornalista desenvolveu como correspondente da Agência Alemã de Imprensa.
Argentina – Um veículo da Radio 2, da cidade de Rosário, foi atingido por um disparo em 20 de dezembro quando o repórter Pablo Procopio cobria a situação das pessoas afetadas pela inundação que ocorreu na cidade. Ninguém se feriu durante o incidente. Segundo testemunhas, durante a confusão gerada pela inundação, um carro da marca Renault, de cor branca, tentava abrir espaço no meio da multidão, e por isso teria disparado contra o veículo da rádio. Um dos estilhaços do vidro atingiu um dos pedestres, que não teve maiores ferimentos.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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