Notas do Brasil

Rio de Janeiro (RJ) II - A Justiça carioca determinou
que o Estado do RJ indenize em mais de R$ 94 mil um dos jornalistas que foram
torturados na favela do Batan, em Realengo, em 2008. O governo estadual pode recorrer da decisão. Em 2008,
um fotógrafo, uma repórter e o motorista da equipe, que trabalhavam para o
jornal O Dia, faziam uma reportagem especial sobre a atuação de milicianos na
favela, disfarçados de moradores. Ao serem descobertos pelos criminosos, foram
torturados durante quatro horas. Quem liderou as agressões foi o inspetor da
Polícia Civil Odinei Fernandes, já preso.
Cuiabá (MT) - O jornal Centro-Oeste Popular foi condenado
pela 7ª Vara Cível a indenizar em R$ 100 mil o ex-corregedor-geral de Justiça
de MT, desembargador Orlando Perri, por matérias consideradas pejorativas,
apelativas, injuriosas e difamatórias.
Nas reportagens, o jornal publicou fotos de uma reunião de trabalho realizada
pela Corregedoria-Geral de Justiça na qual o desembargador aparece ao lado de
ex-funcionários do órgão que, anos depois, foram envolvidos em uma investigação
da Polícia Federal. Em outras matérias, o jornal também chegou a afirmar que
Perri promoveu “festas” e “farras” com dinheiro público. Para o juiz Elinaldo
Veloso, o Centro-Oeste Popular não se limitou a informar a sociedade e atacou a
honra do desembargador. O jornal afirma que vai recorrer.
Pelo mundo
Honduras - O radialista Adonis Felipe Bueso Gutiérrez
foi morto a tiros enquanto visitava sua família nas férias. Dois de seus primos também foram mortos, mas a
polícia acredita que eles foram assassinados durante um roubo. No entanto, a ONG
Repórteres Sem Fronteiras (RSF) acredita que há a possibilidade de que a morte
esteja ligada ao trabalho do profissional. Gutiérrez e seus primos foram
forçados a entrar em um carro por homens armados quando eles saíam de um café em
Villanueva. Os corpos deles, perfurados por balas, foram encontrados na rua
meia hora depois. As carteiras foram roubadas.
Cuba - O jornalista José Antonio Torres, do jornal
Granma, foi acusado de espionagem após escrever matéria sobre um projeto
público para construção de um aqueduto.
Ele foi condenado a 15 anos de prisão durante uma corte realizada em meados do
mês de junho. Torres está detido desde fevereiro de 2011 e teria dito a
companheiros de prisão que é inocente e um defensor do governo. No entanto,
outras pessoas dizem que Torres foi preso em uma investigação sobre corrupção
ou por retaliação a uma matéria que ele havia publicado em julho de 2010 sobre
um projeto mal sucedido de um aqueduto. A reportagem criticou o projeto
utilizando palavras como “erros” e “trabalho ruim”.
México - Dos 67 assassinatos e 14 desaparecimentos
registrados desde 2006, em apenas um caso o responsável foi sentenciado,
destacou a Promotoria Especial para a Atenção a Crimes contra a Liberdade de
Expressão (Feadle). A promotora Laura
Borbolla disse que, desde setembro de 2010, foram 31 investigações prévias e 74
ações penais contra suspeitos de atacar jornalistas no México, mas nenhum dos
casos foi resolvido ainda.
Bangladesh - A Federação Internacional de Jornalistas
(IFJ) condenou a prisão e a suposta tortura do repórter criminal Mostafizur
Rahman Sumon ocorridos em 13 de julho na capital Dhaka. Sumon foi levado a um lugar não identificado por um
detetive da polícia local e ficou detido por dois dias, período no qual dizem
que ele sofreu severas torturas. A família do repórter acredita que ele está
sendo culpado de envolvimento com os protestos contra a impunidade dos
responsáveis pelo assassinato dos jornalistas Meherun Runi e Sagar Sarowar, em
março.
Sudão - Mais de 100 jornalistas foram às ruas em 18 de
julho para protestar contra a deterioração da liberdade de imprensa no país,
após o fechamento do jornal Alahadath por ter publicado reportagens sobre
políticas do governo que afetaram a indústria midiática. Os manifestantes foram escoltados pela polícia, mas o
protesto pôde continuar e não houve nenhuma prisão. Nos últimos meses, o Sudão
aumentou os impostos de tinta e papel, forçando os jornais a aumentarem o preço
das publicações.
Inglaterra – A rede de TV BBC foi impedida em 16 de
julho de exibir documentário sobre a onda de revoltas que dominou a cidade de
Londres no ano passado. Um comunicado
da emissora apenas afirmou que a primeira parte do documentário não seria
transmitida por ordem da Justiça. A razão da proibição não foi revelada. O
documentário da BBC foi produzido a partir de centenas de entrevistas com
participantes das revoltas, além de depoimentos de policiais convocados para
impedir as manifestações.
...................
A
Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio
eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da
comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da
profissão de jornalista.
O
programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da
Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das
ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e
expressão.
Fontes:
ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ
(www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji
(www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em
Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva
(www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação
Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos
Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem
Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos
Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom
House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org),
Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero
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