segunda-feira, 9 de julho de 2012

BOLETIM 28 ANO VII



Notas do Brasil
Goiânia (GO) - O comentarista esportivo Valério Luiz de Oliveira, da Rádio Jornal 820 AM, foi assassinado a tiros na tarde de 5 de julho, ao sair do prédio da emissora. O jornalista foi abordado por um motociclista, que disparou pelo menos sete tiros contra o veículo onde Oliveira estava. A polícia trabalha com a hipótese de execução.

São Luis (MA) - Na manhã de 6 de julho, a polícia apresentou uma arma, encontrada numa duna da Avenida Litorânea, que pode ser sido usada para assassinar o jornalista Décio Sá. O local foi apontado pelo assassino confesso do jornalista, Jhonathan Silva, que contou detalhes do crime durante reconstituição realizada em 3 de julho. O jornalista político foi assassinado com seis tiros num bar de São Luís em 10 de abril. Políticos da região, inclusive um deputado, são acusados de envolvimento no crime.

Brasília (DF) - A violência contra jornalistas no Brasil foi debatida em audiência pública realizada em 3 de julho, na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara do Deputados, em Brasília. A reunião teve o objetivo de decidir medidas para impedir a violência contra profissionais de imprensa e cobrar ações das autoridades. O encontro também abordou a aprovação da lei da federalização dos crimes contra a imprensa, que tramita desde 2011 no Congresso Nacional.

Curitiba (PR) I - O Tribunal de Justiça (TJ-PR) determinou a busca e a apreensão da revista Panorama, por conteúdo difamatório contra o candidato a prefeito da capital paranaense Gustavo Fruet (PDT). Os exemplares de abril de 2012 da publicação foram recolhidos após uma matéria de capa considerada ofensiva pelo tribunal. A corte também exigiu a remoção da matéria do site da revista. Caso descumprida a ordem, a publicação deverá pagar R$ 5 mil.

Curitiba (PR) II - Uma equipe de jornalismo da RIC TV Record foi agredida na noite de 29 de junho por um grupo envolvido em uma briga entre punks e skinheads. Os profissionais estavam preparando a produção de uma reportagem, quando parte das gangues que estavam em confronto foram até a delegacia prestar depoimento e acabaram agredindo o repórter e o cinegrafista da emissora, em frente ao 1º Distrito Policial. O grupo também depredou o veículo da emissora.

Pelo mundo
México - O jornalista norte-americano Armando Montaño, da agência Associated Press (AP), foi encontrado morto no poço de um elevador de um edifício perto de sua residência na Cidade do México. A morte do jornalista está sendo investigada pelas autoridades mexicanas. A Embaixada dos Estados Unidos no México disse que “está monitorando o curso das investigações”.

Equador - O fotógrafo independente Byron Baldeón foi assassinado a tiros perto de casa, em El Triunfo, a cerca de 60 quilômetros da cidade de Guayaquil, em 1o. de junho. Baldeon havia sido intimado a depor a promotores sobre uma foto de um roubo de televisores, numa investigação, concluída em maio, que levou três policiais e dois civis à prisão.

Guatemala - O fotógrafo Luis Soto, do El Periódico, ferido em um confronto entre policiais e estudantes, passou por cirurgia em 3 de julho e se recupera bem. O fotógrafo sofreu um golpe na cabeça, fraturando o crânio. O confronto aconteceu em 26 de junho durante uma manifestação de estudantes contra mudanças no currículo escolar, resultando em dois outros jornalistas feridos.

Bélgica – A Press Emblem Campaign (PEC), organização suíça que monitora a liberdade de imprensa, revelou que, nos primeiros seis meses de 2012, 72 jornalistas foram mortos no mundo – número 33% superior ao registrado no mesmo período de 2011. A maior parte das mortes ocorreu na América Latina, onde 23 jornalistas foram mortos de janeiro a junho. O México ocupa a 2ª. posição entre os países onde mais jornalistas foram assassinados nesse período, com 8 mortos. Já no Brasil, 5º lugar no ranking, seis jornalistas foram mortos. Em Honduras, houve quatro mortes. Na Bolívia, dois jornalistas foram assassinados. Há também o registro de um crime na Colômbia, no Panamá e no Haiti.

Sri Lanka - O jornalista Santha Wijesooriya escapou de uma tentativa de sequestro em 5 de julho quando percebeu que estava sendo seguido por um veículo e decidiu mudar o percurso que estava fazendo. Wijesooriya é conhecido por trabalhar principalmente com webjornalismo. Ele escreve artigos relacionados à corrupção e à má gestão. Recentemente, o jornalista deunciou a relação entre a família Rajapaksa e Geegana Gamage Amarasena, um criminoso que tem convivido com associados do governo.

Síria - A sede da emissora Al-Ikhbariya, na cidade de Drousha, ao sul da capital Damasco, foi atacada por homens armados em 27 de junho. O atentado deixou sete pessoas mortas. O grupo militante Al-Nusra assumiu a autoria e afirmou que este e outros atentados significaram uma vingança pelos assassinatos de sírios pelas tropas do presidente Bashar Assad.

Uganda - Após pedir desculpas por agredir jornalistas enquanto estes faziam seu trabalho, a polícia avisou que indenizará os profissionais pelos equipamentos danificados por seus oficiais. O primeiro a ser beneficiado é William Ntege, um jornalista freelancer vinculado à televisão WBS. A polícia pagou a ele 6,3 milhões na moeda local para que ele possa repor suas duas câmeras danificadas por agentes de segurança durante a cobertura das eleições de Kampala.

Sibéria - O editor e fundador do jornal Vechorka foi condenado a pagar US$ 900 ao líder do Partido Comunista da região de Transbaikal, Sergey Suturin, e US$ 1.550 para o próprio partido por dano moral após ter comparado comícios de esquerda a paradas de orgulho gay. Também foi determinado que o jornal publique uma retificação. O jornalista tentou se defender dizendo que as alegações eram fruto de sua opinião e que, de acordo com normas internacionais, partidos políticos podem ser criticados.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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