segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil

Florianópolis (SC) – O colunista Luiz Carlos Prates, conhecido por declarações polêmicas no Diário Catarinense, Rádio CBN e RBS TV-SC deixou o Grupo RBS, após quase 23 anos na empresa. Em novembro passado, o comentarista afirmou durante o programa Jornal do Almoço, que a popularização do automóvel seria responsável pelo aumento dos acidentes de trânsito. “Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais lê um livro, mora apertado em uma gaiola que hoje chamam de apartamento. Não tem nenhuma qualidade de vida, mas tem um carro na garagem”, disse em seu comentário. Na ocasião, Prates também chamou os pedestres que param nas estradas para ver os acidentes de “desgraçados” e “insanos”. A RBS declarou que a saída do colunista foi um acordo entre as duas partes, porque ele decidiu por novos rumos. No entanto, Prates disse que seu polêmico comentário pesou na decisão.

Campina Grande (PB) – O cinegrafista Joacil de Brito, da TV Paraíba, foi agredido em 3 de janeiro quando registrava imagens da sublocação irregular de boxes num shopping popular da cidade. O comerciante Rawalison da Silva questionou o motivo da filmagem e, descontrolado, surpreendeu o repórter, agredindo-o com um soco no rosto e quebrando parte do equipamento. Outra integrante da equipe, a jornalista Denise Delmiro, foi ofendida. Após ser detido pela polícia, o agressor foi encaminhado à 2ª Delegacia Distrital, onde assinou Termo de Ocorrência e foi liberado.

Rio de Janeiro (RJ) - O jornal Folha Universal terá que indenizar a apresentadora Xuxa Meneghel em R$ 150 mil por causa de matéria que a chamava de “satanista” e afirmava que a apresentadora havia vendido a alma para o demônio por US$ 100 milhões. Na petição, Xuxa disse que é uma pessoa de fé e que o texto prejudicou sua imagem. Por outro lado, a editora se defendeu e alegou que não houve abuso e estava no direito de informar, já que os fatos mencionados na matéria já foram abordados em outros veículos. Para a juíza Flávia de Castro, da 6ª Vara Cível da Barra da Tijuca, a reportagem não trazia informação, mas apenas especulação, sem direito de resposta. A editora, da Igreja Universal do Reino de Deus, também terá que se retratar na primeira página da próxima edição, após o trânsito em julgado da ação.

Pelo mundo

Paquistão – O repórter Wali Khan Babar, da emissora de TV Geo, foi assassinado por um grupo de homens armados na noite de 13 de janeiro. Outras 12 pessoas morreram da mesma forma, num período de 24 horas na cidade de Karachi. O carro em que o jornalista estava foi interceptado por pelo menos dois homens, que dispararam cinco tiros contra o automóvel. As balas atingiram a cabeça e o pescoço de Babar.

Paraguai - A polícia prendeu um colombiano suspeito do atentado a bomba ocorrido na madrugada de 12 de janeiro contra a sede da TV Cerro Corá, na capital Assunção. A prisão aconteceu horas depois da explosão e as autoridades não revelaram detalhes sobre as investigações do caso nem a identidade do suspeito.

México - A sede da rede de TV Pedras Negras em Coahulla foi atingida por duas granadas na madrugada de 8 de janeiro. Em 12 de janeiro, no sul da cidade de Monterrey, no estado de Nuevo León, o prédio do diário “El Norte” foi atacado por granadas e disparos de armas de grosso calibre. Não houve feridos. Os estados de Coahuila e Nuevo León estão localizados em uma das regiões mais perigosas do México desde que começou a ofensiva do governo contra o narcotráfico, em dezembro de 2006.

Inglaterra I - O Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (Insi) divulgou que, em 2010, morreram 97 jornalistas em todo o mundo, numa média de quase dois por semana. Do total, 85 foram assassinados; os demais morreram em fogo cruzado ou em incidentes, como o caso do cinegrafista da Guatemala atingido pela lava e pelas rochas enquanto tentava filmar a erupção de um vulcão. A maioria das vítimas não é de correspondentes estrangeiros em zonas de guerra, mas profissionais em seus próprios países, buscando expor a criminalidade e a corrupção, acrescenta o Insi. Entre os trinta países pesquisados, o Paquistão foi o mais violento, com 16 mortes. México e Honduras vieram em seguida, com dez mortes cada, com o Iraque na quarta posição, com seis.

Inglaterra II - O jornal Daily Telegraph está sob investigação do orgão de controle dos meios de comunicação por ter supostamente recorrido a repórteres disfarçados de eleitores para gravar, de forma ilegal, conversas de membros do Partido Liberal-Democrata. Tim Farron, presidente do partido, enviou em 13 de janeiro uma carta à Comissão de Queixas da Imprensa em que pede investigação sobre o caso, que se refere aos comentários feitos pelo atual ministro, Vince Cable, sobre o governo de coalizão, e que foram gravadas secretamente por repórteres que se passavam por eleitores.

Iraque - Uma corte acolheu o recurso do jornal britânico The Guardian, que era acusado de difamação contra o primeiro-ministro Nouri al-Maliki por um artigo publicado em abril de 2009. O Serviço Nacional de Inteligência do Iraque (Inis, na sigla em inglês) moveu ação contra o jornal, e também representou al-Maliki no processo. Em primeira instância, em novembro de 2009, a corte da província de Al-Karah considerou o artigo difamatório e condenou o The Guardian a pagar 52 mil libras de indenização. No entanto, no último dia 28 de dezembro, a corte de apelação considerou que o artigo não promoveu a difamação do líder político, tampouco do serviço de inteligência do país, adiando a decisão de primeira instância.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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