domingo, 10 de novembro de 2013

BOLETIM 46 ANO VIII

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil
Porto Alegre (RS) - Os jornais Diário Gaúcho e Zero Hora devem indenizar em R$ 4 mil Nerline Silva que teve o seu endereço divulgado de forma equivocada. Em 10 de agosto de 2009, em reportagem sobre duplo homicídio ocorrido no Bairro Rubem Berta, o número de sua residência foi mencionado como sendo onde foram encontrados os corpos, quando, na realidade, o crime havia ocorrido no lado oposto da rua. A citação do seu endereço como sendo o local do fato criminoso acarretou a Rejane inúmeros constrangimentos, já que trabalha como doméstica. O entendimento fez com que a 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do RS reformasse sentença anterior e condenasse os jornais à indenização.
Uruguaiana (RS) - As rádios Líder e Charrua e o jornal Diário da Fronteira foram proibidos de usar ou vincular a expressão “nazismo e palavras relacionadas a este regime” à pessoa do prefeito Luiz Schneider e ao Poder Executivo Municipal, sob pena de multa de R$ 5 mil por entrevista ou comentário realizado. A juíza de Direito da 3ª Vara Cível, Joseline Vargas, concedeu liminar ao prefeito com o objetivo de cessar a campanha difamatória promovida pela deputada estadual Elisabete Felice (PSDB) e seu esposo, Sanchotene Felice, ao mandatário municipal. A decisão da juíza foi tomada com base em cerca de dez horas de gravações e entrevistas dadas pelo casal aos veículos locais.
São Paulo (SP) - A Editora Abril e o jornalista Augusto Nunes, colunista da revista Veja, obtiveram vitória na Justiça paulista que rejeitou pedido de indenização do senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL). O politico alegou ter sido ofendido em texto publicado no blog de Augusto Nunes. Disse o ex-presidente que os termos “bandido”, “chefe de bando” e “farsante”, empregados em publicação de 14 de maio de 2013, tiveram o intuito de denegrir seu nome. Ele pediu, inicialmente, R$ 500 mil em indenização. Na sentença, a juíza Andrea Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente.
Brasilia (DF) - A revista CartaCapital e o repórter Leandro Fortes terão indenizar o jornalista Renato Parente, ex-assessor de imprensa do Tribunal Superior do Trabalho, em R$ 30 mil por danos morais. O juiz Júlio Roberto dos Reis, da 25ª Vara Cível, concluiu que a reportagem publicada na revista em 2012, na qual acusava Parente de participar de um “esquema de sorvedouro de dinheiro público”, foi ofensiva à honra do profissional. Na ocasião, o ex-assessor alegou na Justiça que a reportagem foi publicada com a intenção de “demolir” sua imagem, apontando uma relação degenerada entre ele e a Fundação Renato Azeredo. O texto de Leandro acusa o jornalista de facilitar o acesso da fundação a órgãos públicos, além de ter sido nomeado de forma ilegal nos cargos que exercia, bem como impedir a divulgação de entrevista desfavorável à autoridade que assessorava. No entanto, Parente alegou que não trabalhou em favor da entidade e que sua nomeação para órgãos públicos foi assegurada em lei.

Pelo mundo
Argentina - O Grupo Clarín apresentou sua proposta de adequação voluntária à Lei de Meios dividindo suas licenças audiovisuais entre seis unidades de negócio. Em paralelo, o conglomerado de mídias continuará litigando para manter sua integridade atual, incluindo recorrer da decisão diante de tribunais internacionais por considerar a lei injusta.
Equador - Ao menos 15 artigos do Código Orgânico Integral Penal (COIP), aprovado parcialmente pela Assembleia Nacional, podem limitar o direito à livre expressão e ser uma ferramenta de perseguição aos cidadãos críticos ao poder, segundo relatório da ONG Fundamedios. Embora com argumentos diferentes, os juristas consultados para o estudo concordam que o novo código contém tipos penais abertos à interpretação, o que poderia ser perigoso em um sistema judicial questionado por sua independência, observa o documento. Sobre os crimes contra a honra e o bom nome, os especialistas destacaram como positivo o fato de que se tenha despenalizado a injúria não caluniosa. Contudo, questionaram que o novo código ainda tipifique a calúnia e estabeleça uma pena de seis meses a dois anos de prisão à “pessoa que, por qualquer meio, faça falsa imputação de um delito contra outra”. Os três primeiros livros do COIP foram aprovados em 13 de outubro pela Assembleia Nacional. Além das críticas por possíveis limitações à liberdade de expressão, a Assembleia tem sido questionada pela rapidez com que o Código foi aprovado.
Mali - Ao menos 35 pessoas foram presas na investigação sobre o assassinato de dois jornalistas da Radio France Internacional (RFI), ocorrido em 2 de novembro. A informação foi confirmada pela administração de Kidal, cidade onde aconteceu o crime.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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