segunda-feira, 14 de outubro de 2013

BOLETIM 42 ANO VIII

Notas do Brasil
Gramado (RS) - A defesa e a permanente vigilância da liberdade de imprensa no Brasil foram temas do discurso do presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Tevelvisão (Abert), Daniel Slaviero, na abertura do 22º Congresso da Agert na noite de 13 de outubro. “2013 será marcado como um ano sombrio à liberdade de imprensa”, disse Slaviero em referência às 136 violações e agressões contra profissionais e veículos de imprensa, que ocorreram principalmente após as manifestações de junho. Somente no último ano, foram registradas 51 ocorrências, o que, para Slaviero, demonstra que, mesmo após 25 anos da nova Carta da República, a liberdade de imprensa não está consolidada. O evento acontece até 15 de outubro, no Hotel Serrano, com a presença de renomados palestrantes.
Brasília (DF) I - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi proibida pela Justiça Federal em São Paulo de utilizar conteúdo produzido pelo jornal Valor Econômico sem autorização da publicação. A EBC produz um clipping de notícias de jornais que publica reportagens na íntegra de veículos de mídia. No entanto, não remunera as empresas responsáveis pelos conteúdos. A Folha da Manhã S/A, que edita a Folha de S.Paulo, também conseguiu na Justiça que a EBC, o Senado Federal e o site “Baixar no Google” cessassem a utilização de reportagens e colunas publicadas pelo jornal em seus clippings.
Brasília (DF) II - O jornalista norte-americano Glenn Greenwald prestou depoimento em 9 de outubro na CPI da Espionagem do Senado. Ele afirmou que está divulgando tudo o que sabe sobre os documentos da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos fez sobre as comunicações brasileiras. David Miranda, parceiro de Greenwald, também foi ouvido pela CPI. Ele que ficou mais de nove horas detido no aeroporto de Heathrow, em Londres, no mês de julho, afirmou que, durante o caso, foi alertado de que poderia ser preso caso não entregasse todas as informações e considerou que foi vítima de preconceito por ser brasileiro.

Pelo mundo
EUA I - O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) apontou, em seu primeiro relatório sobre a liberdade de imprensa nos EUA durante a presidência de Obama,  que aumentaram as reservas dos funcionários públicos em falar com a imprensa. Os dados apresentam um número nunca antes indicados de processos de fontes do governo e de apropriações de materiais jornalísticos. Seis funcionários do governo, além de dois prestadores de serviços incluindo Edward Snowden, foram alvo de processos criminais desde 2009 sob a Lei de Espionagem de 1917, por vazar informações para a imprensa. Registros de telefones e e-mails de repórteres foram secretamente confiscados e monitorados em duas das investigações. A Casa Branca desenvolveu uma rede própria de websites, mídia social e criou um noticiário on-line para publicar informações favoráveis. A espionagem prejudicou a proteção das fontes pelos jornalistas. O secretário da Imprensa, Jay Carney, disse que as críticas fazem parte da crise natural entre a Casa Branca e os meios de comunicação. O relatório sugere também várias reformas, como o fim de acusações de espionagem contra as pessoas que vazam dados a jornalistas e prevenção de intimações de material jornalístico.
EUA II – O jornalista Ilija Trojanow, um crítico notório da Agência de Segurança Nacional (NSA), foi impedido de ingressar no território americano. O autor foi parado no aeroporto de Salvador quando estava prestes a embarcar em um avião rumo à Miami, a caminho de Denver para uma conferência literária alemã. Foi negado a Trojanow qualquer explicação quanto ao motivo pelo qual ele não poderia entrar nos EUA no dia 30 de setembro, ainda que seus documentos de viagem estivessem em ordem. Em 2012, ele chegou a ter seu visto negado pelo consulado americano, que voltou atrás após a pressão da universidade que queria receber Trojanow.
China - O jornalista Liu Hu, do jornal Guangzhou New Express, responsável por acusar autoridades de corrupção, foi preso por suposta difamação. Hu já havia sido detido no final de agosto, em Chongqing, sudoeste da China, sob a acusação de “fabricar e espalhar rumores”.
Venezuela - O presidente Nicolás Maduro pediu que o Diário 2001, de Caracas, fosse punido por ter publicado uma notícia com o título “deitam gasolina com conta-gotas”. Funcionários do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas, prenderam Victor Hugo Donaire, diretor da rádio Morros 89.7 FM, em San Juan de Los Morros (130 quilômetros a sudoeste de Caracas), quando transmitia ao vivo o seu programa de opinião “De frente”. A detenção ocorreu depois da denúncia de que funcionários do organismo policial utilizavam viaturas de luxo. O jornalista é acusado de “ultraje a funcionários públicos”.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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