Notas do Brasil
Porto Alegre (RS) – O
jornalista Nelson Sirotsky, presidente do Grupo RBS, criticou governantes,
magistrados e parlamentares federais que tentam criar leis direcionadas à
produção da mídia brasileira. A declaração do executivo do conglomerado que
reúne jornais, emissoras de rádio e a afiliada da TV Globo em SC e no RS,
ocorreu no 25° Fórum da Liberdade, em 16 de abril. Durante o discurso, Sirotsky
alertou jornalistas sobre a falta de liberdade de expressão e criticou os “inconformados”
com a livre imprensa do país. Em relação ao RS, o empresário afirmou que a
tentativa da base do governo petista em criar um Conselho de Comunicação no
estado possui “essência incompatível” com o exercício da atividade de
comunicação social. Ele recebeu o ‘Prêmio Liberdade de Imprensa’, do Instituto
de Estudos Empresariais (IEE).
Porto Velho (RO) - O
apresentador Natalino Júnior, da Rádio Planalto AM, foi demitido em 19 de abril,
ao entrevistar o vereador Josiel Carlos de Brito (PMDB). Durante a
entrevista com Brito, o microfone do vereador foi cortado e pediram que ele se
retirasse da emissora imediatamente. Rumores dizem que a atitude foi tomada
porque o senador Ivo Cassol (PP/RO), proprietário da emissora, não permite que
adversários sejam entrevistados por sua rádio.
Itu (SP) – O repórter
Oscar Filho, do programa “CQC”, da TV Bandeirantes, foi levado à 14ª. delegacia
em 18 de abril, quando gravava o quadro “Proteste Já”. A equipe do programa
foi até o hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes para fazer uma reportagem e os
seguranças do hospital indagaram se havia permissão para fazer as gravações e, diante
da negativa, acionaram a polícia para retirar a equipe do local. Outro repórter
do “CQC”, Maurício Meirelles, havia causado confusão ao entregar uma máscara de
carnaval à Hillary Clinton durante entrevista coletiva em 16 de abril, irritando
fotógrafos e cinegrafistas que estavam registrando o encontro.
Brasília (DF) - O
jornalista Daniel Pereira, do Correio Braziliense, se livrou de indenizar o
ex-governador do DF, Joaquim Roriz (PSC), por decisão da juíza Magali Gomes, da
19ª Vara Cível. Em coluna publicada em 2010, com o título “Vossa excelência
é um fanfarrão”, o jornalista fazia referência ao fato de Roriz posar de
salvador da pátria em meio à operação Caixa de Pandora, que gerou uma crise
institucional em
Brasília. Roriz havia pedido R$ 500 mil de indenização por danos
morais.
Pelo mundo
México – O radialista
Héctor Javier Salinas Aguirre, porta-voz do comitê estadual do Partido
Revolucionário Institucional (PRI) e fundador do site de notícias futuro.mx, e
Francisco Javier Moya, diretor de notícias de uma rádio local, morreram em um
ataque a tiros a um bar da cidade de Chihuahua, na região Norte na noite de 20
de abril. Ao todo, 15 pessoas foram assassinadas. Cerca de 10 jovens
abriram fogo, indiscriminadamente, contra clientes e funcionários do bar. Até o
momento, as autoridades consideraram os dois jornalistas “vítimas
circunstanciais”, mas as causas do ataque ainda são desconhecidas. O estado de
Chihuahua concentra um terço dos homicídios registrados no México, a maioria
deles na fronteiriça Ciudad Juárez.
Argentina – O jornalista
Daniel Luna, proprietário do Canal 4 e editor do site Actualidad Sur, foi
atacado a socos pelo presidente do Conselho Deliberativo do município de
Candelaria, em Misiones, ao tentar cobrir uma de suas sessões, em 16 de abril.
O profissional já havia sido três vezes impedido de acompanhar as sessões, sob
argumento de que os “jornalistas devem apresentar previamente seu registro
profissional para gravar as sessões”.
República Dominicana
- O Instituto Internacional de Imprensa (IPI) manifestou preocupação com as
tentativas de intimidação contra jornalistas dominicanos que investigam casos
de corrupção relacionados às eleições presidenciais de 20 de maio. O IPI
mencionou a revista feita pela polícia na redação de um jornal digital, em
fevereiro passado, por conta de suspeitas de que o jornalista fundador do
veículo havia cometido espionagem cibernética contra a primeira-dama do país e
candidata a vice-presidente Margarita Cedeño. Em janeiro, outro jornalista
havia sido condenado a seis meses de prisão e ao pagamento de uma multa
milionária por difamar um advogado. O caso mais recente foi o da jornalista
Nuria Piera. Segundo ela, algumas de suas fontes estariam sendo perseguidas por
agentes de segurança, após a veiculação, em seu programa de TV, de uma denúncia
de que um senador dominicano teria financiado a campanha do atual presidente do
Haiti.
EUA – O Comitê para a
Proteção dos Jornalistas (CPJ) denunciou que Brasil, México e Colômbia - três dos
12 países do mundo com cinco ou mais casos ainda não solucionados de
assassinatos de jornalistas - de novo se encontram no Índice Anual de
Impunidade divulgado em 17 de abril. O levantamento, publicado pela
primeira vez em 2008, registra casos de jornalistas assassinados por causa do
trabalho entre janeiro de 2002 e dezembro de 2011. Pelo quinto ano seguido, o
Iraque está no topo da lista, com 96 casos não solucionados na última década. Segundo
o CPJ, cinco assassinatos de jornalistas ocorridos nos últimos dez anos permanecem
impunes no Brasil.
Equador – A justiça
decidiu arquivar o processo por danos morais iniciado pelo presidente Rafael
Correa contra Juan Carlos Calderón e Christian Zurita, jornalistas autores do
livro “O Grande Irmão”, que denuncia um suposto caso de nepotismo do presidente.
Em 7 de fevereiro, Calderón e Zurita foram condenados a pagar 2 milhões de
dólares ao presidente por difamação. O processo contra os profissionais
continuava apesar de o presidente haver desistido da demanda em 27 de
fevereiro, mesmo dia em que
Correa anunciou o “perdão” ao diário El Universo.
Zimbábue - O
jornalista neozelandês Hammond Robin Nicholas foi preso em 16 de abril em Beitbridge,
a 580 km
da capital Harare, por se apresentar como turista e não ter permissão para
trabalhar no país. Acompanhado de Bertha Chiguvare, funcionária da ONG Save
The Children, Nicholas fazia uma reportagem sobre a imigração ilegal na África
do Sul.
...................
A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza
o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da
comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da
profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela
Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha
semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa
e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj
(www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert
(www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa
(www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa
(www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade
Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas
(www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal
(www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras
(www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas
(Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom
House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org),
Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romer
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