segunda-feira, 12 de março de 2012

BOLETIM 11 ANO VII

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Notas do Brasil

Brasília (DF) - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou a Editora Abril a pagar R$ 500 mil por danos morais ao senador e ex-presidente Fernando Collor, por artigo publicado na revista Veja em março de 2006. No texto de André Petry, intitulado “O estado Policial”, Collor foi chamado de “corrupto desvairado” ao serem feitas comparações entre os governos dele e o de Lula.

Rondonópolis (MT) - O jornalista Jandir Martins, da TV Record, foi ameaçado pelos bandidos que estavam sendo apresentados em entrevista coletiva, realizada pela Polícia Militar (PM) local. Os policiais falavam à imprensa sobre a prisão de três suspeitos de um assalto na cidade e um dos acusados, irritado com as perguntas de Martins, deu um chute na direção do repórter e afirmou que iria “pegar” o jornalista assim que fosse solto. Com a confusão, os policiais retiraram os bandidos da sala na qual estavam os jornalistas. Na saída, os bandidos xingaram novamente o profissional da Record e repetiram as ameaças de que o pegariam logo que saíssem da cadeia.

São Paulo (SP) - O jornalista José Luiz Datena informou em 9 de março, durante a apresentação do programa “Manhã Bandeirantes”, na rádio Bandeirantes, que está sendo processado por Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O dirigente, afastado da entidade devido problemas médicos, está acusando o apresentador de tê-lo ofendido durante um de seus programas.

Santo Antônio do Leverger (MT) - A torre da rádio comunitária Rio Abaixo (87,9 FM) teve sua antena destruída em 5 de março. O radialista Júlio Pedroso registrou um boletim de ocorrência que sugere motivação política para o ato de vandalismo.

Pelo mundo

Haiti - O jornalista Jean Liphète Nelson, gerente da Rádio Boukman, foi assassinado em 5 de março, na capital Porto Príncipe. Nelson estava em um carro da emissora com outras quatro pessoas quando foi atacado por homens armados. O radialista chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu. Um dos ocupantes do veículo morreu no local. 

Somália - A União Nacional de Jornalistas Somalis (Nusoj) manifestou indignação com o assassinato do jornalista Ali Ahmed Abdi, da Rádio Galkayo, na noite de 4 de março em Israac, ao norte da cidade de Galkayo. Abdi foi baleado na cabeça por homens ainda não identificados. Ele teria sido cercado pelos criminosos quando seguia para casa no povoado de Garsoor. Desde 2007, 30 jornalistas foram mortos na Somália, sendo quatro desde o início de 2012.

Guatemala - Os repórteres Manuel López, do Nuestro Diario, Carlos Sotz, da Radio Iximché, e José Rosales, do jornal Prensa Libre, foram agredidos por guardas de um presídio ao investigarem a situação do local. Os jornalistas denunciaram a agressão à Procuradoria de Direitos Humanos do município de Chimaltenango, na região central do país. A diretora do Centro de Detenção Preventiva para Homens negou informação, os insultou e até tentou tomar as câmeras com as quais os profissionais gravavam a agressão.

Venezuela - A repórter Sasha Ackerman e o cinegrafista Frank Fernández, da rede Globovisión, foram atacados em 4 de março por homens armados, que usavam camisetas vermelhas associadas aos partidários do presidente Hugo Chávez. As agressões ocorreram quando os profissionais cobriam um ato político do candidato de oposição Henrique Capriles no bairro San José de Cotiza da capital Caracas. O ataque ocorreu depois que a equipe do canal filmou um tiroteio no local. Homens armados se aproximaram de Ackerman e Fernández. O câmera tentou refugiar-se dentro de uma casa, mas os homens entraram e roubaram seu equipamento sob a mira de uma pistola.

México I - Cinquenta veículos de imprensa publicaram um comunicado para exigir das autoridades garantias para os jornalistas do semanário Zeta, que circula na fronteiriça cidade de Tijuana e recentemente recebeu ameaças de uma facção criminosa. Adela Bello, editora do Zeta, disse que a publicação recebeu em 22 de fevereiro um telefonema ameaçador de um homem que se identificou como “El Melvin”, chamado Melvin Gutiérrez Quiroz, um conhecido membro do cartel Arellano Félix. O Observatório dos Processos de Comunicação Pública da Violência, organização formada por 715 meios de comunicação mexicanos, divulgou um comunicado no qual condena as ameaças e exige das autoridades federais, estaduais e municipais a garantia da integridade dos jornalistas.

México II - O Senado aprovou uma lei para que autoridades federais tenham respaldo para investigar e punir os crimes contra jornalistas, bem como qualquer ataque à informação, à liberdade de imprensa ou de expressão no país. O novo texto será anexado ao artigo 73 da Constituição e estabelecerá que o ataque à liberdade de expressão é crime. O México é considerado o lugar mais perigoso do mundo para a atuação da imprensa. Em 2011 o país registrou o maior número de jornalistas assassinados no planeta.

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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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