segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

TAMBOR DA ALDEIA 2 ANO VII

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO

Notas do Brasil


Simões Filho (BA) - Um adolescente de 16 anos confessou ter assassinado a tiros o radialista Laércio de Souza, da Rádio Sucesso, de Camaçari (BA), em 3 de dezembro. Segundo seu depoimento, ele planejou matar Souza depois que o jornalista o denunciou à Polícia Militar por delitos na região onde morava o comunicador. O adolescente também indicou o coautor do crime, que segue sendo procurado pela polícia, e o lugar onde estava a arma do crime. Ele disse que a atirou em um rio e uma equipe foi ao local tentar resgatá-la. Amigos e familiares do radialista, que era pré-candidato a vereador em Simões Filho, contam que ele vinha sofrendo ameaças de traficantes por causa de suas ações sociais, como distribuição de cestas básicas aos carentes.

Guarujá (SP) – O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de SP (SJSP) repudiou a tentativa de intimidação aos profissionais do Diário do Litoral em razão de uma reportagem sobre a suspeita de que seguranças de condomínios da Praia do Perequê estariam atuando como “milícias”. Segundo a publicação, uma equipe de seguranças, “de forma truculenta, abordou o carro da reportagem, nas imediações da Praia do Perequê, cobrando explicações da reportagem intitulada 'Esquema ilegal restringe acesso à praias de Guarujá'’”. A nota ainda relata que, momentos depois da abordagem, uma pessoa, que se identificou apenas como miliciano, ligou duas vezes para a redação, alertando que iria “tomar providências cabíveis” diante dos fatos noticiados pelo jornal.

Pelo mundo


EUA - A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) apontou 2011 como um dos mais “desafiadores e trágicos” anos para a liberdade de imprensa nas Américas. Segundo a SIP, 24 jornalistas foram mortos na região: sete jornalistas no México, cinco em Honduras, quatro no Brasil, três no Peru e um em cada dos seguintes países: Colômbia, República Dominicana, El Salvador, Guatemala e Paraguai. Ataques de governos contra a imprensa, por meio de leis, regulamentos e ações judiciais, também estão impedindo a liberdade de imprensa em todo o hemisfério, diz o relatório da entidade. Por exemplo, a Argentina está pressionando para declarar o papel-jornal um bem público, e o presidente equatoriano Rafael Correa tem processado executivos de jornais e jornalistas por difamação, com pedidos de indenização exageradamente onerosos.

França - As revoltas – e a consequente repressão dos regimes – no norte da África e no Oriente Médio fizeram do mundo árabe a região mais perigosa para jornalistas em 2011. Quase metade das 64 mortes de profissionais no exercício de sua atividade aconteceu no Paquistão, no Iraque, na Líbia e no Iêmen, segundo a Associação Mundial de Jornais (WAN-Ifra). Apenas no Paquistão, 10 jornalistas foram mortos, mantendo o país no topo dos lugares mais arriscados para repórteres. Pelo menos 16 perderam a vida durante a repressão às revoltas populares em Bahrein, Egito, Líbia, Síria, Tunísia e Iêmen.

Bélgica - A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apontou que o número de profissionais mortos aumentou de 94 em 2010 para 106 em 2011. O estudo feito com mais de 600 mil jornalistas, em 131 países, avalia que a maioria destes profissionais trabalhava na cobertura de conflitos e guerras. Além disso, 20 comunicadores e outros funcionários do setor morreram em desastres naturais ou acidentes. A violência contra a mídia foi “mais grave” no Paquistão, Iraque e México, onde foram registradas, em cada um desses países, 11 mortes.

Peru - As condenações de jornalistas à prisão estão aumentando no território peruano, denuncia a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Diante dos mais de 25 processos contra jornalistas em 2011, a Associação Nacional de Jornalistas (ANP) afirmou, em comunicado, que a perseguição judicial se transformou em uma forma de intimidar e silenciar os jornalistas independentes. Por conta disso, a RSF se uniu à ANP para exigir a despenalização dos crimes de imprensa no Peru. Em 2011, três jornalistas foram assassinados e um locutor de rádio ficou preso durante seis meses por suposta difamação. O blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight também divulgou a condenação à prisão do colunista Luis Torres Montero, do blogueiro José Alejandro Godoy, dos jornalistas Fritz Du Bois e Gressler Ojeda e de Hans Francisco Andrade Chávez. Atualmente, o jornalista Gastón Darío Medina Sotomayor, repórter da Cadena Sur TV-Canal 15 e da Rádio Nova FM, na cidade de Ica, aguarda a decisão sobre uma sentença de três de prisão e pagamento de multa. O jornalista foi condenado por chamar de “desertora” uma parlamentar local - expressão usada em referência a quem recebeu dinheiro para trocar seu partido pelo Perú 2000.

Paquistão I - Durante a cobertura da festa do réveillon da cidade de Lahore, o repórter Asad Sahi, de uma emissora de TV local, irritou-se com a aglomeração e bateu com o microfone nas pessoas que estavam próximas. Enquanto fazia a reportagem, jovens se aglomeraram atrás do repórter que, em seguida, virou o microfone no rosto de um deles.

Argentina I - A comunidade árabe repudiou uma caricatura publicada em 31 de dezembro no jornal Clarín em que é retratado um homem com sandálias, turbante e um cinto de dinamite em uma banca para vender fogos de artifício importados. “É uma clara alusão a associar o árabe e/ou o muçulmano às bombas, o que implica terror, violência e insensatez, e disso estamos fartos, exaustos e com raiva” expressou a Federação de Entidades Árabe-argentinas da capital Buenos Aires sobre o desenho do caricaturista Cristóbal Reinoso “Crist”, que desde 1973 publica na capa do Clarín.

Bolívia - O jornalista Milton Montero, do Canal 11, entrou com um processo por discriminação e racismo contra o prefeito de Santa Cruz de la Sierra, por ter sido comparado a um burro durante uma coletiva de imprensa. O prefeito Percy Fernández reagiu assim depois de o jornalista lhe perguntar sobre as críticas de um político de oposição. O prefeito já havia ameaçado atirar em jornalistas e insultado outros profissionais após ser questionado sobre a ocorrência de dengue na região.

Paquistão - Najam Sethi, editor-chefe do semanário The Friday Times e comentarista de TV, um dos jornalistas mais famosos do país, denunciou que nos últimos seis meses recebeu “ameaças graves” de agentes de inteligência e membros de organizações militantes. Sethi revelou as ameaças sofridas depois de passar três meses em exílio no exterior, como medida de segurança.

Argentina II - Os jornalistas Julián Chabert e Raúl Zalazar, do Canal 7, de Mendoza, foram agredidos, ameaçados de morte e obrigados a tirar suas roupas quando tentavam cobrir uma suposta denúncia de tráfico humano de famílias bolivianas em uma fazenda da região. Eles relataram que realizavam um trabalho de investigação sobre a exploração do trabalho de 15 imigrantes bolivianos, a maioria crianças, quando o dono da fazenda, Horacio Isgró, os prendeu na cozinha com uma arma e os ameaçou de morte.

Bielorrúsia - O site Charter 97, de oposição, sofreu um ataque on-line quando hackers excluíram arquivos e criaram uma notícia falsa sobre o candidato da oposição, Andrei Sannikov. Antes de um segundo ataque, ocorrido dias depois, o Charter 97 conseguiu restaurar a maioria dos seus arquivos, mas seus editores não tinham certeza se alguns dos artigos de dezembro de 2011 poderiam ser recuperados.

México - Jornalistas agredidos por seguranças durante a cobertura de assalto a uma joalheria na cidade de Saltillo cobram reparação. A indenização refere-se à agressão praticada pelos profissionais da empresa de segurança privada Serviprose, que roubaram equipamentos dos repórteres em 16 de dezembro. A violência foi denunciada pelos jornais El Diario de Coahuila e El Heraldo de Saltillo. Como resultado, três seguranças foram presos e, em seguida, um acordo foi firmado junto com o Ministério Público. A empresa de segurança se comprometeu a pagar US$ 3.600 em reparação. Entretanto, o acordo ainda não foi cumprido. A Serviprose pode enfrentar novas sanções e perder a licença para trabalhar.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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