domingo, 19 de junho de 2011

TAMBOR DA ALDEIA 25 ANO VI

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO

Notas do Brasil


Taboão da Serra (SP) - O jornalista Wagner Império, ex-repórter do programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, afirma estar sendo alvo de injustiças pelas acusações de favorecer com informações privilegiadas as pessoas investigadas pela fraude na arrecadação de tributos em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A polícia da cidade abriu inquérito para investigar o jornalista por formação de quadrilha e peculato. Em entrevista ao Portal Comunique-se, Império disse. “Fui eu quem fez a denúncia e eu estou sofrendo retaliação nem sei de quem por causa disso. Deram um jeito de dizer que eu tinha ligações ilícitas, porque eu fiz o off [do vídeo promocional da Prefeitura de Taboão, que exalta possíveis benefícios da arrecadação do IPTU na cidade]. Só que o texto foi escrito pela Secretaria de Comunicação da prefeitura em 2009, bem antes de qualquer investigação. Nos convidaram na época por acaso, eu não moro em Taboão”, reforça o jornalista. Sobre a participação de sua esposa, a apresentadora Vivyane Império, no vídeo, o jornalista reforça: “A minha esposa foi escolhida para apresentar o vídeo porque ela era conhecida por apresentar um jornal regional. Não tinha ligação alguma com ninguém”. O repórter foi demitido da emissora mas, segundo ele, “não tem nada a ver com o caso”. Em nota, a assessoria da Band afirma que desconhecia o suposto envolvimento do repórter na situação. Desde maio, 22 pessoas foram detidas em Taboão da Serra, incluindo quatro dos 13 vereadores da cidade e três secretários municipais. De acordo com a polícia, eles são acusados de cobrar 30% do que era devido de IPTU para sumir com a dívida.

Rio de Janeiro (RJ) – A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lamenta a tentativa dos senadores em modificar o PLC 41/2010 para manter o chamado sigilo eterno. Parte dos senadores defende a volta do dispositivo ao texto. Assim, alguns documentos passariam a ficar longe do público, sem a possibilidade de serem acessados. Segundo a Abraji, a expectativa de que "o bom senso torne a vigorar entre a maioria deles e no Palácio do Planalto e que o projeto seja aprovado exatamente como veio da Câmara, com um limite de, no máximo, 50 anos de sigilo".

São Paulo (SP) - Denivaldo Barni, advogado de defesa de Suzanne von Richthofen, condenada a 39 anos pelo assassinato dos pais, teve negado o pedido de indenização por danos morais contra a revista IstoÉ. O advogado alega ter sofrido dano moral, em 2006, após a publicação da reportagem assinada pelo jornalista Alan Rodrigues e intitulada "Feliz Aniversário Suzanne". No texto, Rodrigues narra um sábado em que teria levado um bolo para comemorar o aniversário de 23 anos da garota. De acordo com o advogado, o artigo é falso, por não haver a possibilidade de ter se encontrado com sua cliente na ocasião, pois não era dia de visitas. Além disso, considerou que a publicação do texto teria lhe causado danos à honra e ao patrimônio. Suzanne também havia feito um pedido de indenização no valor de R$ 50 mil. Na ação, ela dizia ter sido perseguida pelas presas após a publicação da matéria. A sentença é da juíza Maria de Lourdes Cimino, da 3ª Vara Cível da Lapa, e ainda cabe recurso. A juíza afirma que mais do que provar que a notícia disse o que não aconteceu, é necessário provar também quais foram os danos causados.

Pelo mundo

México - O repórter Pablo Ruelas Barraza, foi morto a tiros em Huatabampo, no estado de Sonora, região norte do país. Ruelas foi atingido por pelo menos quatro tiros ao supostamente reagir a uma tentativa de sequestro. O jornalista estava há meses sem trabalho, mas havia recebido ameaças de morte de criminosos e de autoridades estaduais.

Índia - Quatro homens mataram a tiros Jay Dey, jornalista investigativo do jornal Mid-Day, e escaparam em motos em um subúrbio de Mumbai. A polícia busca identificar os suspeitos e os motivos do crime com base nas últimas matérias escritas pelo jornalista. Dey trabalhou no Hindustan Times e no Indian Express antes do Mid-Day, onde era tido pelos repórteres mais jovens como um guru da reportagem policial.

Jordânia - Dezenas de jornalistas, sindicalistas e políticos realizaram uma manifestação pela liberdade de imprensa em 16 de junho na capital Amã. Um ataque ao escritório da agência AFP possivelmente motivou a manifestação. O presidente da agência, Emmanuel Hoog, enviou uma carta ao primeiro-ministro Maaruf Bakhit denunciando o acontecimento e as críticas das autoridades e veículos oficiais contra a sua equipe de profissionais, acusada de propagar informações de acontecimentos negativos para a imagem do país e de seus dirigentes.

Marrocos - O editor-executivo do jornal al-Massae, Rachid Nini, foi condenado a um ano de prisão por desconsiderar determinações judiciais e publicar informações sobre crimes sem provas. A decisão provocou revolta entre jornalistas do país, porque Nini foi julgado criminalmente e não segundo a legislação de mídia. No Marrocos, questões legais envolvendo a mídia, como calúnia, são normalmente julgadas sob o código de imprensa – que não permite a detenção de jornalistas. As colunas de Nini em um dos maiores e mais influentes jornais do país atacam, em geral, membros poderosos da elite e do governo. Em dezembro de 2008, ele já havia sido multado em mais de US$ 50 mil em um julgamento por calúnia que foi descrito na ocasião como politicamente motivado. Desde o começo do ano, ele vinha publicando acusações sobre um alto funcionário do governo e líder de um partido poderoso próximo ao rei.

EUA - A agência de comunicação The Redner Group não aceitou as críticas dos jornalistas a seu cliente, a produtora 2K Games, responsável pelo jogo Duke Nukem Forever, e ameaçou os profissionais pelas avaliações negativas ao game. Em razão disto, a assessoria perdeu o contrato de atendimento da conta. “Muitos jornalistas foram longe demais com os reviews. Estamos reavaliando quem irá receber e quem não irá receber os games da próxima vez, com base nos venenos de hoje”, escreveu a assessoria em seu perfil no Twitter.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.

O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.

Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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