Destaques: Policiais ameaçam repórter em SP. Ataque com
drones destrói emissora do Estado Islâmico no Afeganistão. Repórteres perdem a
vida no México e no Iraque. Justiça absolve jornalistas em RO e RJ.
Notas
do Brasil
São Paulo (SP) - O repórter
Leandro Machado, do jornal Folha de S.Paulo, foi ameaçado por policiais
ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na noite de 3
de fevereiro, após assistir a detenção de um ambulante. Na estação
Itaquera, zona leste de SP, na linha 11-coral, o jornalista viu dois policiais
arrastando à força um homem para uma sala. Eles alegaram que o jovem havia
roubado um passageiro, mas depois voltaram atrás e disseram que o rapaz era um
ambulante. Os passageiros gritaram que o homem não havia feito nada. Machado se
identificou como repórter da Folha, com o crachá de imprensa, e questionou os
seguranças sobre o motivo da detenção e por que o jovem estava gritando. Em
seguida, um deles entrou na sala e o rapaz parou de gritar. Os dois policiais,
que estavam sem identificação, obrigaram o repórter a entrar em outra sala da
estação. Afirmaram que se fossem fotografados iriam processá-lo e levá-lo para
a delegacia. A CPTM abriu uma investigação interna para saber se houve excesso
dos policiais contra o repórter.
Manaus (AM) - O fotógrafo Clóvis
Miranda, do jornal A Crítica, foi algemado e preso por agente do Detran na
noite de 9 de fevereiro, durante celebração carnavalesca. Miranda
permaneceu detido por uma hora após ter registrado em vídeo a abordagem de
policiais e a apreensão de um carro com caixas de som amplificadas, na festa de
rua. O Detran argumentou que o repórter não poderia filmar a operação porque
estava de folga.
Pelo
mundo
Turquia - As redações dos
jornais pró-governo Yeni Safak e Yeni Akit, na capital Istambul, foram alvos de
coquetéis molotov e armas de fogo em 11 de fevereiro. Dois grupos, com
cerca de cinco pessoas cada, atacaram os edifícios com bombas e rifles de longo
alcance. Os artefatos lançados contra as portas dos prédios provocaram
incêndios, e no caso do Yeni Akit, o fogo chegou a atingir veículos
estacionados próximos à entrada do jornal. Nenhum grupo assumiu a autoria dos
ataques e nenhuma morte ou lesão foi relatada.
Iraque – O repórter Wathiq
Abdulwahab, do jornal Hadbaa, foi executado em 9 de fevereiro por jihadistas do
grupo radical Estado Islâmico (EI) em Mosul. O profissional foi preso no
dia anterior após fazer imagens de um centro de detenção pertencente ao EI. No
dia seguinte, o Tribunal de Mosul ordenou que os militantes o executassem por “violar
medidas de segurança”.
México - Um suspeito de matar a
jornalista Anabel Flores Salazar, do jornal El Sol de Orizaba, foi preso em 14
de fevereiro. Salazar foi sequestrada por um grupo de homens armados que
invadiu sua casa em Orizaba, cidade do estado de Veracruz, em 8 de fevereiro. O
corpo dela foi encontrado no dia seguinte. Anabel fazia cobertura policial para
o El Sol e também colaborava para outros veículos, como o El Mundo e El Bueno
Tono.
Afeganistão I - Os jornalistas
Mohammad Ibrahim Hashemi e Mohammad Musa Hashemi, da rádio Adib, foram atacados
por homens armados, em ul-e-Khumri, capital da província de Baghlan, no norte afegão,
em 4 de fevereiro. Os irmãos foram hospitalizados e um deles permanece em
coma. Não houve reivindicação de responsabilidade, mas as suspeitas recaem sobre
o Taleban.
Afeganistão II - A emissora “A
Voz do Califado”, de propriedade do grupo radical Estado Islâmico (EI), foi
destruída em 1º. de fevereiro na região norte do país após um ataque de drones
norte-americanos. Cerca de 29 membros do grupo jihadista morreram durante a
ação. A estação ficou completamente destruída e entre os mortos estão quatro
empregados e três técnicos.
EUA - Um relatório da Federação
Internacional de Jornalistas (FIJ) aponta que pelo menos 2.297 profissionais de
imprensa foram mortos no mundo nos últimos 25 anos em razão de suas apurações
sobre guerra, crime e corrupção. O documento indica ainda que muitos
assassinatos continuam impunes. O pior período foi em 2006, quando 155
profissionais morreram. Intitulado “25 anos de contribuição para o jornalismo
mais seguro”, o relatório da FIJ chama a atenção para a ausência de
investigação, o que contribui para que jornalistas se tornem alvos fáceis. No
quarto de século analisado, o Iraque lidera lista dos países mais perigosos
para os profissionais de imprensa. Ao todo, são 309 jornalistas mortos. Em
segundo lugar está Filipinas, com 146, seguida pelo México, com 120.
Na
Justiça
Porto
Velho (RO) - O jornalista Rubson Luiz Duarte, do site O Rondoniense, foi
absolvido pelo Tribunal de Justiça, depois de ter sido condenado a um ano, nove
meses e dez dias de prisão por reproduzir uma matéria com informações falsas de
que uma empresária teria sido presa, acusada de mandar matar uma estudante. O relator do
processo, desembargador Valter de Oliveira, destacou os transtornos gerados pelo
erro, mas avaliou que não havia provas concretas contra o jornalista quanto à
autoria dos crimes de que foi acusado
Rio
de Janeiro (RJ) – Os repórteres Cleide Carvalho e Germano Oliveira e o diretor
de redação Ascânio Seleme, do jornal O Globo, se livraram de indenizar o
ex-presidente Lula da Silva, por danos morais. Decisão do juiz Mauro Nicolau Júnior, da 48ª Vara
Cível, julgou improcedente a ação movida pelo político que alega “falta de
apuração” na reportagem intitulada “Youssef deu dinheiro à firma ligada à obra
do prédio de Lula”. No texto, o ex-presidente é citado como proprietário de um
tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP). O juiz decidiu que a existência
de uma investigação no Ministério Público afastaria a prática de um ato ilícito
pelos réus.
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A Associação Riograndense de Imprensa
(www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br
aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias
envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista,
transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre
(RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais
sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI
(www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório
da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br),
Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede
em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal
Coletiva (www.coletiva.net), Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade
Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional deJornalistas
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(www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris),
Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção aos
Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom
House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org),
Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio
Romero
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