segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

BOLETIM 3 ANO XI

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Destaques: Policiais ameaçam repórter em SP. Ataque com drones destrói emissora do Estado Islâmico no Afeganistão. Repórteres perdem a vida no México e no Iraque. Justiça absolve jornalistas em RO e RJ.

Notas do Brasil
São Paulo (SP) - O repórter Leandro Machado, do jornal Folha de S.Paulo, foi ameaçado por policiais ferroviários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na noite de 3 de fevereiro, após assistir a detenção de um ambulante. Na estação Itaquera, zona leste de SP, na linha 11-coral, o jornalista viu dois policiais arrastando à força um homem para uma sala. Eles alegaram que o jovem havia roubado um passageiro, mas depois voltaram atrás e disseram que o rapaz era um ambulante. Os passageiros gritaram que o homem não havia feito nada. Machado se identificou como repórter da Folha, com o crachá de imprensa, e questionou os seguranças sobre o motivo da detenção e por que o jovem estava gritando. Em seguida, um deles entrou na sala e o rapaz parou de gritar. Os dois policiais, que estavam sem identificação, obrigaram o repórter a entrar em outra sala da estação. Afirmaram que se fossem fotografados iriam processá-lo e levá-lo para a delegacia. A CPTM abriu uma investigação interna para saber se houve excesso dos policiais contra o repórter.

Manaus (AM) - O fotógrafo Clóvis Miranda, do jornal A Crítica, foi algemado e preso por agente do Detran na noite de 9 de fevereiro, durante celebração carnavalesca. Miranda permaneceu detido por uma hora após ter registrado em vídeo a abordagem de policiais e a apreensão de um carro com caixas de som amplificadas, na festa de rua. O Detran argumentou que o repórter não poderia filmar a operação porque estava de folga.

Pelo mundo
Turquia - As redações dos jornais pró-governo Yeni Safak e Yeni Akit, na capital Istambul, foram alvos de coquetéis molotov e armas de fogo em 11 de fevereiro. Dois grupos, com cerca de cinco pessoas cada, atacaram os edifícios com bombas e rifles de longo alcance. Os artefatos lançados contra as portas dos prédios provocaram incêndios, e no caso do Yeni Akit, o fogo chegou a atingir veículos estacionados próximos à entrada do jornal. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques e nenhuma morte ou lesão foi relatada.

Iraque – O repórter Wathiq Abdulwahab, do jornal Hadbaa, foi executado em 9 de fevereiro por jihadistas do grupo radical Estado Islâmico (EI) em Mosul. O profissional foi preso no dia anterior após fazer imagens de um centro de detenção pertencente ao EI. No dia seguinte, o Tribunal de Mosul ordenou que os militantes o executassem por “violar medidas de segurança”.

México - Um suspeito de matar a jornalista Anabel Flores Salazar, do jornal El Sol de Orizaba, foi preso em 14 de fevereiro. Salazar foi sequestrada por um grupo de homens armados que invadiu sua casa em Orizaba, cidade do estado de Veracruz, em 8 de fevereiro. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte. Anabel fazia cobertura policial para o El Sol e também colaborava para outros veículos, como o El Mundo e El Bueno Tono.

Afeganistão I - Os jornalistas Mohammad Ibrahim Hashemi e Mohammad Musa Hashemi, da rádio Adib, foram atacados por homens armados, em ul-e-Khumri, capital da província de Baghlan, no norte afegão, em 4 de fevereiro. Os irmãos foram hospitalizados e um deles permanece em coma. Não houve reivindicação de responsabilidade, mas as suspeitas recaem sobre o Taleban.

Afeganistão II - A emissora “A Voz do Califado”, de propriedade do grupo radical Estado Islâmico (EI), foi destruída em 1º. de fevereiro na região norte do país após um ataque de drones norte-americanos. Cerca de 29 membros do grupo jihadista morreram durante a ação. A estação ficou completamente destruída e entre os mortos estão quatro empregados e três técnicos.

EUA - Um relatório da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) aponta que pelo menos 2.297 profissionais de imprensa foram mortos no mundo nos últimos 25 anos em razão de suas apurações sobre guerra, crime e corrupção. O documento indica ainda que muitos assassinatos continuam impunes. O pior período foi em 2006, quando 155 profissionais morreram. Intitulado “25 anos de contribuição para o jornalismo mais seguro”, o relatório da FIJ chama a atenção para a ausência de investigação, o que contribui para que jornalistas se tornem alvos fáceis. No quarto de século analisado, o Iraque lidera lista dos países mais perigosos para os profissionais de imprensa. Ao todo, são 309 jornalistas mortos. Em segundo lugar está Filipinas, com 146, seguida pelo México, com 120.

Na Justiça
Porto Velho (RO) - O jornalista Rubson Luiz Duarte, do site O Rondoniense, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça, depois de ter sido condenado a um ano, nove meses e dez dias de prisão por reproduzir uma matéria com informações falsas de que uma empresária teria sido presa, acusada de mandar matar uma estudante.  O relator do processo, desembargador Valter de Oliveira, destacou os transtornos gerados pelo erro, mas avaliou que não havia provas concretas contra o jornalista quanto à autoria dos crimes de que foi acusado

Rio de Janeiro (RJ) – Os repórteres Cleide Carvalho e Germano Oliveira e o diretor de redação Ascânio Seleme, do jornal O Globo, se livraram de indenizar o ex-presidente Lula da Silva, por danos morais. Decisão do juiz Mauro Nicolau Júnior, da 48ª Vara Cível, julgou improcedente a ação movida pelo político que alega “falta de apuração” na reportagem intitulada “Youssef deu dinheiro à firma ligada à obra do prédio de Lula”. No texto, o ex-presidente é citado como proprietário de um tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP). O juiz decidiu que a existência de uma investigação no Ministério Público afastaria a prática de um ato ilícito pelos réus.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional deJornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.

Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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