segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

BOLETIM 48 ANO X

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO
Boletim do Departamento de Direitos Sociais e Imprensa Livre
e-mails:  imprensalivre@ari.org.br e ari@ari.org.br
blog: http://tambordaaldeia.blogspot.com
ANO X - Nº 48 – 21 de dezembro de 2015

Destaques da semana: PMs prendem fotógrafo durante cobertura em SC. STF suspende parte da Lei do Direito de Resposta. ONG aponta o Brasil como um dos mais perigosos para os jornalistas. Entidades criticam ataque a profissional na Argentina.

Notas do Brasil
Florianópolis (SC) – O fotógrafo Marco Favero, do jornal Diário Catarinense, foi preso por policiais militares na tarde de 19 de dezembro, ao trabalhar na cobertura de uma reintegração de posse de terreno tomado por manifestantes na SC-401. O profissional acompanhava a ação da polícia quando foi algemado e colocado dentro da viatura. Ao tentar conversar com os policiais ao ser preso, Favero recebeu a justificativa de que estava sendo algemado “para sua própria segurança”, já que estava dentro da área isolada pela PM. Mesmo algemado, Favero conseguiu avisar colegas do jornal, que acionaram o departamento jurídico da empresa. O jornalista ficou cerca de 40 minutos preso dentro da viatura até ser liberado no local. Um boletim da ocorrência foi registrado pela empresa.

Brasília (DF) - A aplicação do artigo 10 da Lei do Direito de Resposta (Lei 13.188/2015), foi suspensa pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em ação que questiona a constitucionalidade de trecho da nova legislação (ADI 5415). A suspensão ainda está sujeita a confirmação pelo plenário da Corte. O dispositivo da referida lei determina que a obrigação de publicar a resposta só pode ser suspensa após análise de um colegiado (grupo de juízes). Desde que a lei do direito de resposta foi sancionada, outras duas organizações entraram com ações no STF questionando-a completa ou parcialmente. Ambas também têm o ministro Dias Toffoli como relator, pois tratam do mesmo tema da ADI proposta pela OAB. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) questiona toda a Lei 13.188/2015. Já a Associação Nacional de Jornais (ANJ) entrou com a ADI 5436 em que, além de questionar o artigo 10 também atacado pela OAB, pede que o Supremo declare inconstitucionais partes dos artigos 2º e 5º e a íntegra dos artigos 6º e 7º.

Rio de Janeiro (RJ) I - Os jornalistas Ascânio Seleme, Cleide Carvalho e Germano Oliveira, do jornal O Globo, se livraram de indenizar o ex-presidente Lula em ação judicial decorrente de reportagens do veículo. Os textos informam que Lula seria dono de um apartamento no Guarujá, litoral de São Paulo, em um prédio da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). A defesa do petista, entretanto, alegou que sua mulher, Marisa Letícia, detém uma cota do empreendimento e que deve recorrer da decisão.

Rio de Janeiro (RJ) II - O jornalista Guilherme Belarmino, do programa “Profissão Repórter”, da rede Globo, foi ameaçado de morte e sofreu ataques racistas nas redes sociais após reportagem sobre o universo feminista no Brasil. Os ataques se iniciaram após Belarmino usar a história da blogueira Lola Aranovich – que foi agredida em 2012 – na reportagem. O ato irritou o agressor, que afirmou em redes sociais que iria “dar muita porrada” no jornalista e que “desovaria os negros”. 

Pelo mundo
Suíça – A ONG Press Emblem Campaign (PEC) apontou o Brasil como um dos dez países mais perigosos para jornalistas, ocupando a sétima posição do ranking. A entidade ainda registrou que 128 profissionais de imprensa foram mortos em 2015.  O relatório anual leva em consideração o número de profissionais mortos em cada nação durante o período de um ano. Somente em 2015, sete jornalistas foram mortos no Brasil, número que deixa o país empatado com Iêmen e Sudão do Sul, dois estados em guerra. Entre os primeiros países do ranking estão Síria (11 mortos); Iraque e México (10); França, Líbia e Filipinas (8); e Brasil, Iêmen e Sudão do Sul (7).

Argentina - A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenaram o ataque em 11 de dezembro contra o jornalista Sergio Hurtado, diretor e dono da Rádio Luna FM, que denunciava o tráfico de drogas na região da cidade de San Antonio de Areco. Dois homens armados invadiram a casa do jornalista de madrugada e pediram dinheiro. A esposa dele foi estuprada. Os agressores intimidaram Hurtado, e lhe disseram para deixar de falar sobre o comércio de drogas.

Coréia do Sul - O jornalista japonês Tatsuya Kato, do jornal Sankei Shimbun, foi considerado culpado por difamar a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, em uma notícia sobre o paradeiro dela após o naufrágio de um ferryboat com mais de 300 pessoas a bordo. O texto sugeria que a presidente havia desaparecido por algum tempo para um encontro amoroso com um antigo assessor. O tribunal de Seul considerou que a matéria foi baseada em “rumores infundados”.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão.
Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br), Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional deJornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.eu)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se (portal.comunique-se.com.br), Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan-ifra.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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