Notas do Brasil

Campo Novo do Parecis (MT) – O jornalista Alexandre Rolim
declara estar amedrontado depois de sofrer agressão de um grupo de seis jovens
em 20 de outubro. Rolim não sabe a
motivação do ataque ocorrido em uma festa em homenagem a servidores públicos
onde acompanhava um amigo na sede do Sindicato da categoria. O
profissional foi atendido no Centro Hospitalar com um corte na cabeça e
hematomas nas costas, boca e rosto.
Cuiabá (MT) – A repórter
Lisânia Ghisi, do jornal A Gazeta, denunciou estar sofrendo intimidações de um
oficial da Polícia Militar. A jornalista acionou a OAB-MT, que entrará com
uma representação criminal junto ao Ministério Público Estadual. Segundo
Lisânia, tudo teve início em 19 de outubro, quando um policial foi assassinado
no município de Várzea Grande e o oficial fez comentários agressivos sobre o
ocorrido, em sua rede social. A jornalista apurou o ocorrido e elaborou
reportagem sobre o assunto.
São Paulo (SP) I - O apresentador José Luiz Datena e a TV
Bandeirantes foram condenados a indenizar em R$ 100 mil o motoboy Manoel
Pereira por danos morais. Manoel foi preso por engano em 2003, acusado de
estuprar 11 pessoas no ABC paulista. Em reportagem que foi ao ar na Band,
Datena chamou o suspeito de “estuprador”, “tarado” e “vagabundo”. Para os
desembargadores, a emissora “pecou pela vontade de cativar os telespectadores
pela gravidade dos fatos em apuração (estupro), sem respeito à figura do autor
(Manoel)”. Segundo eles, o excesso “resultou em adjetivos indevidos,
sensacionalismo e falta de respeito com a família do suspeito, que foi
envolvida no escândalo”.
São Paulo (SP) II - O
apresentador Milton Neves e a Rede Record foram condenados a indenizar em R$ 20
mil o ex-jogador de futebol e futsal Sérgio Cshapiro, por citá-lo, de forma
equivocada, como agressor de um árbitro de futebol. Durante a Copa do Mundo
da Alemanha, em 2006, Milton Neves disse em seu programa, na época na Record, “temer
que o árbitro Markus Merk, escalado para apitar o jogo entre Brasil x
Austrália, pudesse ser influenciado negativamente por ter sido agredido por
brasileiros no passado”. O ex-atleta disse que, por conta do comentário, “passou
muitos constrangimentos, perdeu o emprego, e viu sua filha ser alvo de chacotas”.
Pelo mundo
Somália I – O jornalista Ahmed Farah Ilyas, da Universal TV, foi morto em 24 de outubro quando saía da redação em direção a sua casa. Ainda não se sabe o motivo do assassinato. Outros profissionais do local acusam grupos armados de ameaçar a prática do jornalismo na região e, segundo eles, as autoridades não tomam medidas para mudar o caso.
Somália II – O radialista Mohamed Mohamud Turyare, da
emissora Shabelle, uma das principais do país, foi gravemente ferido por homens
armados na noite de 21 de outubro. O repórter foi levado para um hospital e
precisou passar por cirurgia. A polícia investiga o caso.
Bolívia - O
repórter Wilson García Mérida e a chefe do jornal Sol de Pando, Silvia Antelo, se refugiaram no Brasil após ameaça de prisão.
Os profissionais acreditam que o motivo do mandato pode estar ligado a
publicações de denúncias de possíveis casos de corrupção envolvendo o
governador e o ministro do país. Os profissionais enviaram carta à ministra de
Comunicação, Amanda Dávila, pedindo que seja respeitado o direito
constitucional de exercer o ofício.
Egito I - A correspondente Sonia Dridi, da TV France 24,
foi agredida e vítima de violência sexual na Praça Tahrir, na capital Cairo, em
19 de outubro. Sonia foi cercada por uma multidão integrada basicamente por
homens jovens, enquanto estava fazendo uma transmissão ao vivo do local. A
agressão durou vários minutos até que um colega e outras testemunhas a
socorreram.
Líbia - O canal de TV privado Libya Al Hurra (Líbia
Livre), localizado em Benghazi, foi saqueado e incendiado em 21 de outubro, por
dezenas de manifestantes que protestavam contra a cobertura do conflito de Bani
Walid. Funcionários da emissora foram agredidos, incluindo um jornalista. O
canal saiu do ar pouco depois. Os agressores criticam o canal por ter anunciado
a prisão de Khamis, filho de Muamar Khadafi, em Bani Walid, para justificar o
ataque de ex-rebeldes convocados pelo exército para atuar na cidade.
Equador - A
jornalista Nathaly Toledo, do canal Teleamazonas, afirma estar sendo ameaçada
de morte após uma série de matérias sobre o porte de armas e consumo de drogas
em escolas de Guayaquil. Segundo a jornalista, as ameaças começaram no
mesmo dia em que publicou a matéria. A comunicadora formalizou sua denúncia à
polícia em 24 de outubro.
Colômbia I - A polícia capturou um homem envolvido na
morte do jornalista Orlando Sierra Hernández, ex-subdiretor do jornal La
Pátria, ocorrido em 2002, nas imediações da redação da publicação. O
julgamento pelo homicídio do jornalista, em que o suposto mandante é o político
Ferney Tapasco, foi adiado para o fim de novembro.
Colômbia II – A
fotógrafa Ana María García, do jornal El Tiempo, ao cobrir um grave acidente no
Sistema de Transporte Massivo da capital Bogotá, foi agredida por policial.
Segundo a fotógrafa, que estava perto de outros jornalistas, o policial pediu
que ela saísse e depois a agarrou pelo braço. “Disse a ele para não me tocar
que eu sairia, mas continuou me empurrando. Segui pedindo para me soltar, mas o
policial me empurrou e me jogou no chão”, disse García. O comandante da
Polícia, general Luis Eduardo Martínez, pediu desculpas à jornalista e ao
jornal.
Inglaterra - O antigo treinador do Benfica, Sven-Goran
Eriksson, e outras três pessoas processam tabloides ingleses do grupo Mirror
por escutas ilegais. As vítimas
acusam ter havido escutas de telefonemas e mensagens de texto supostamente
feitas por jornalistas do Daily Mirror, Sunday Mirror e The People.
Egito II – O apresentador Tawfiq Okasha, da TV Al-Faraeen, foi condenado a quatro meses de prisão e multa de cerca de US$ 17 por
difamar o presidente Mohamed Mursi. Okasha, conhecido por suas
posições anti-Islã, enfrenta vários processos, inclusive a acusação de incitar
o assassinato de Mursi, que era integrante da Irmandade Muçulmana antes de ser
eleito.
França - As revistas Voici e Closer foram condenadas a
pagar multa de 1.500€ (cerca de R$ 3,9 mil) por terem publicado fotos da
primeira-dama, Valérie Trierweiler, de biquíni. Já a Public foi sentenciada a pagar 1.000€ (cerca de R$ 2,6 mil).
O tribunal de Paris, que também ordenou a retirada das fotos dos sites das
revistas, determinou penas bem abaixo das reivindicadas pela jornalista, algo
em torno de 20.000€ (R$ 53 mil) por danos morais.
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A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista.
O
programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da
Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das
ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e
expressão.
Fontes:
ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ
(www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji
(www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em
Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal
Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami),
Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos
Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem
Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos
Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas
(knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom
House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org),
Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre
exercício da profissão de jornalista.
Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero