domingo, 10 de abril de 2011

TAMBOR DA ALDEIA 15 ANO VI

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO BRASIL E NO MUNDO Notas do Brasil Brasília (DF) I - A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em sua Reunião de Meio de Ano, realizada em San Diego, Califórnia, elogia a “mudança de estilo” da presidente Dilma em relação à imprensa e ressalta as diferenças em tratar os meios de comunicação em relação ao seu antecessor. “Ao contrário do ex-presidente Lula, que com freqüência fazia comentários que revelavam sua irritação com a atuação de meios de comunicação independentes, a atual governante não é dada a pronunciamentos polêmicos”, diz o informe sobre o Brasil. “E, desde seu primeiro discurso como presidente eleita, fez questão de afirmar seu compromisso com o respeito à liberdade de imprensa.” O texto foi apresentado pelo vice-presidente da SIP no Brasil, Paulo de Tarso Nogueira, também responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão da Associação Nacional dos Jornais.Tarso afirma que ainda não é possível um diagnóstico completo, pois ela tomou posse apenas em janeiro, mas a mudança de tom já é vista com bons olhos. A SIP reúne cerca de 1.300 jornais da América. Brasília (DF) II - A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal realizará audiência pública, ainda sem data definida, sobre casos de agressões sofridas por jornalistas brasileiros. A decisão foi tomada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão, após ouvir o relato do fotógrafo Victor Soares, da Victorpress Fotojornalismo, em 4 de abril. Ele foi agredido e ameaçado pelo advogado Afonso Amâncio devido a sua cobertura sobre a operação policial “Sol Dourado”, deflagrada em 30 de março em Manaus (AM). Gomes seria um dos mentores do esquema de emissão de notas fiscais frias no estado, investigado pela Polícia Federal (PF). Victor Soares acompanhava a diligência da PF/DF quando teve seu equipamento quebrado - máquina fotográfica e lentes -, além de ter sido agredido fisicamente. O jornalista registrou queixa na 1ª Delegacia de Polícia Civil do DF. O senador já entrou em contato com o jornalista Andrei Netto, correspondente do Estado de S. Paulo em Paris, que ficou preso por oito dias pelo governo líbio durante a cobertura dos conflitos no país africano. O jornalista se dispôs a falar ao Senado, na sua próxima visita ao país. A audiência será marcada assim que os jornalistas convidados confirmarem sua presença. São Paulo (SP) - O Tribunal de Justiça paulista acatou recurso da revista Caras e liberou a publicação da carta da atriz Cibele Dorsa, enviada à redação da revista, pouco antes de seu suicídio, em 26 de março. A carta chegou a ser publicada, mas teve sua divulgação impedida, no momento da impressão da revista na gráfica, devido a ordem judicial pedida por Doda Miranda, ex-namorado da atriz e também pai de sua filha, Viviane, de 8 anos. A carta continha fortes críticas a Miranda, que atualmente é casado com Athina Onassis. A publicação alegou censura prévia e entrou com recurso na Justiça para permitir a divulgação da carta na íntegra. A edição da revista foi distribuída com uma tarja preta. Pelo mundo Cuba - O último jornalista preso em Cuba, Albert Santiago Du Bouchet, foi libertado e chegou em 8 de abril na Espanha, aonde foi exilado com mais 36 dissidentes, como parte do acordo firmado entre a Igreja Católica e o governo cubano. Du Bouchet trabalhava na agência independente Habana Press quando foi preso em 18 de abril de 2009 e condenado a uma pena de três anos por “desrespeito à autoridade”. O jornalista espanhol Carlos Hernando, do Interconomía Media Group e realizador de um curto documentário sobre Guillermo Fariñas (dissidente cubano que fez greve de fome na prisão), permaneceu por cinco horas detido em 7 de abril em Havana e depois recebeu ordens para se retirar do país em 48 horas. Líbia – O repórter tunisiano Lotfki al-Massoudi, da rede árabe de TV Al Jazeera, foi libertado em 4 de abril pelas forças leais a Muamar Kadafi, que o sequestraram com outros três repórteres há mais de 30 dias. Os demais permanecem desaparecidos. Ainda estão detidos o mauritano Ahmed Vall Ouldeddin, o norueguês Ammar al-Hamdan e o britânico Kamel al-Tallou, todos da sede do Catar da emissora. Venezuela - O Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) da Venezuela condenou a agressão contra uma equipe de jornalistas do partido Primero Justicia por cerca de 40 supostos funcionários da estatal de petróleo PDVSA. As jornalistas Deyanira Castellanos e Eucaris Perdomo, assim como o cinegrafista Lenín León, foram atacados com garrafas, latas e pedras, entre outros objetos, quando trabalhavam perto da sede da PDVSA, no centro de Caracas, em 1° de abril. Eles foram socorridos pela polícia, mas os policiais também confiscaram o equipamento da equipe. O CNP pediu a devolução do material. Peru - Manuel Berríos e María Eugenia Salas, fotógrafo e repórter do jornal La República, foram atacados por pessoas que supostamente se opõem a um projeto de mineração em Islay, Arequipa, no sul do país. Já o Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS) denunciou que um profissional da América Televisión, Edwin Azaña, foi golpeado por pescadores ao cobrir um confronto no porto de Chimbote, no norte do país. Turquia - A Turquia superou a China e o Irã em número de jornalistas presos em seu país, informa relatório da Organização pela Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apontado pela International Press Institute (IPI). Foram registradas 57 prisões de jornalistas, diz o IPI. Outros países relatados por violações a liberdade de expressão e de imprensa, como o Irã e a China, estavam no topo da lista em dezembro passado com 34 jornalistas presos em seu território. A Turquia, cinco meses depois, já quase dobrou esse número. O país candidata-se a integrar a União Européia, mas as recentes informações sobre violações às liberdades garantidos em democracias, preocupam a Comissão Européia e colocam em questionamento a viabilidade de sua entrada no bloco. Em seu relatório anual, a Comissão Européia reportou um “grande número” de violações da liberdade de expressão. Argentina - A Justiça vai investigar o caso de extorsão feita ao jornal El Clarín por Luis Siri, representante do sindicato dos trabalhadores das gráficas na AGR (gráfica que produz o periódico). Siri é um dos principais líderes nos piquetes e greves realizados contra o jornal nos últimos cinco meses e sindicalista aliado ao governo Kirchner. Uma gravação de câmera escondida feita em 17 de fevereiro flagrou Siri pedindo propina a funcionários do Clarín, e ameaçando bloquear a circulação do jornal caso não se comprometessem a pagar a quantia. O jornal recusou-se a pagar a propina e em 27 de março o jornal foi impedido de circular devido a uma manifestação de trabalhadores. Inglaterra - O ex-editor Ian Edmondson e o chefe de reportagem Neville Thurlbeck, do diário News of the World, foram presos sob acusações de grampear telefones de celebridades. Os dois podem ter feito mais de três mil escutas telefônicas ilegais e se apresentaram voluntariamente à Scotland Yard, a Polícia Metropolitana de Londres. O alvo do tabloide eram figuras públicas, atletas, músicos, políticos, celebridades e até mesmo a família real. O príncipe William também foi vítima da quebra de privacidade. O ex-editor já havia sido demitido em janeiro diante de fortes evidências de seu envolvimento no escândalo. As investigações apontavam que ele teria grampeado o telefone da atriz britânica Siena Miller entre 2005 e 2006. A News International, empresa que edita o jornal e faz parte do conglomerado do magnata Rupert Murdoch, afirmou que coopera com polícia londrina para elucidação do caso. Israel - Jornalistas palestinos na região da Cisjordânia têm sido presos e abusados por agências de segurança palestina, segundo relatório da organização Humans Right Watch (HRW) divulgado em 6 de abril. O aumento das repressão aos jornalistas está implicando em autocensura e silêncio dos correspondentes locais, o que compromete a troca de informações. O relatório intitulado “No News, Good News” fala sobre abusos que os jornalistas têm sofrido por supostas ligações com o Hamas, grupo terrorista que domina região de Gaza. O relatório acusa o Hamas de assédio e perturbação da liberdade de expressão ao banir meios de comunicação contrários e deter jornalistas. ………………… A Associação Riograndense de Imprensa (www.ari.org.br) disponibiliza o correio eletrônico imprensalivre@ari.org.br aos profissionais e estudantes da comunicação social para as denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista. O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre (RS), apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. Fontes: ARI (www.ari.org.br), ABI (www.abi.org.br), Fenaj (www.fenaj.org.br), ANJ (www.anj.org.br), Observatório da Imprensa, Abert (www.abert.org.br), Abraji (www.abraji.org.br), Portal Imprensa (www.portalimprensa.com.br), Rede em Defesa da Liberdade de Imprensa (www.liberdadedeimprensa.org.br), Portal Coletiva (www.coletiva.net), Sociedade Interamericana de Imprensa (Miami), Federação Internacional de Jornalistas (www.ifj.org) (Bruxelas), Sindicato dos Jornalistas de Portugal (www.jornalistas.online.pt)(Lisboa), ONG Repórteres Sem Fronteiras (www.rsf.org) (Paris), Portal Comunique-se, Comitê de Proteção aos Jornalistas (Nova Iorque), Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (knightcenter.utexas.edu), ONG Campanha Emblema de Imprensa (PEC), Freedom House (www.freedomhouse.org), Associação Mundial de Jornais (www.wan.org), Fórum Mundial dos Editores e outras instituições e entidades de defesa do livre exercício da profissão de jornalista. Pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero

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